Quem vai a Londres precisa de pelo menos cinco dias para sentir a atmosfera da cidade. É o que dizem os especialistas. Isso porque a mistura de etnias e culturas é tamanha, que cada região guarda traços próprios, conferindo uma personalidade única. Essas nuances só podem ser descobertas depois de percorrer os principais pontos turísticos, daí a necessidade de permanência maior.
Nada que surpreenda, em se tratando de uma cidade com cerca de 9 milhões de habitantes - mais de 14 milhões na região metropolitana. Mas o tempero especial vem de um ingrediente que está sempre atrelado à capital inglesa: a história.
— A cidade se desenvolveu, principalmente nos últimos dois, três séculos, com base na diversidade. Em razão do Império Britânico, hoje Londres é a capital de um reino que reúne muitas etnias. No início do século 21, com a crise europeia, houve grande migração de europeus para a capital, para trabalhar em bancos e indústrias, formando um caldeirão de cultura — explica o diretor da Casamundi Cultura, Tiago Halewicz.
Normalmente, quem vai à cidade tem como primeiro objetivo conhecer as atrações voltadas à realeza, como a região do Palácio de Buckingham, residência oficial dos reis e rainhas. Próximo dali, fica o Palácio de Westminster, com seu inconfundível Big Ben. O prédio abriga o parlamento e, no mesmo complexo, os turistas podem visitar a Abadia de Westminster - que se destaca pelo valor histórico, mas também por ser considerada uma joia da arquitetura medieval.
Passes para turistas ajudam a curtir as atrações
Ainda que esses lugares sejam suficientes para justificar a viagem, Londres tem muito mais a oferecer. Segundo o site Museum Hack, são 139 museus, muitos deles com entrada gratuita. Entre os principais, estão British Museum, Science Museum, Museu de História Natural, Tate Modern, National Gallery, Museum of London, Madame Tussauds e Cutty Sark. As atrações incluem relíquias arqueológicas, esculturas, pinturas e réplicas de cera de grandes personalidades.
A dica para curtir tantas atrações sem gastar muito é adquirir passes especiais para turistas andarem de metrô e trem. Com validade de sete dias, têm valor único e uso ilimitado dentro desse período. Outra marca londrina, a malha ferroviária facilita e agiliza o deslocamento em uma megalópole que, como qualquer outra, tem problemas de trânsito.
Sobre os trilhos, fica mais fácil desbravar áreas mais afastadas do centro. Para o CEO da Uneworld, Fabian Saraiva, a grande sacada está justamente em conhecer esses lugares:
— Londres tem muita coisa interessante. O roteiro ideal depende de quem você é. Para mim, o British Museum é imperdível. London Eye também, para ver a cidade de cima. Caminhar por Oxford Street, a região de Piccadilly, Notting Hill, Covent Garden, fazer pelo menos uma noite de pubs e uma de teatro, acho fantástico.
A lista vem rapidamente e inclui bairros que, por si só, são especiais. Soho e Camden Town também entram nessa relação. Tiago Halewicz destaca:
— A gente vai descobrindo lugares que estão escondidos. Um de que eu gosto demais e acho bem negligenciado é o Greenwich Park, um dos primeiros fundados pelo Reino Unido, cercado em 1433, no fim da Idade Média.
O parque fica na região leste, no alto da colina onde está o marco do Meridiano de Greenwich, que guia o ajuste dos relógios no mundo inteiro. Também é onde fica o Observatório Real, inaugurado em 1675, com um poderoso telescópio do século 19.
Embora os turistas não apareçam muito por lá, é bastante frequentado pelos londrinos, especialmente aos domingos. Na parte baixa, ficam cafés e restaurantes. O quarteirão limitado pelas ruas Greenwich Church, College Approach, Nelson Road e King William Walk reúne atrações que garantem a típica experiência dominical de um nativo.
— Londres é perfeita para qualquer um porque tem atrações para todo mundo — resume Fabian.
Londres essencial
Diante de um destino com tantas opções, é grande o risco de deixar passar algum cartão-postal ou uma atração que teria sido marcante para a viagem. Por isso, é importante organizar um roteiro que atenda alguns dos pontos principais e imperdíveis. Ainda que a definição de imperdível dependa do gosto de cada um, há coisas que não podem ser esquecidas.
Residência oficial da monarquia britânica, a mais célebre do mundo, o Palácio de Buckingham tem visitas esporádicas, apenas entre julho e outubro, mediante reserva. São duas opções: uma dá acesso aos Salões do Estado e jardins. A outra inclui as Cocheiras Reais e a Galeria da Rainha, que conta com um acervo estimado em um milhão de objetos, entre pinturas, esculturas, livros e cerâmicas.
Em cotação feita pela internet, o valor para comprar em março deste ano ficou entre R$ 205 e R$ 307, para as duas modalidades. Mas quem não quer gastar um centavo também tem motivos para ir até o palácio. A cerimônia de troca da guarda é feita pelo menos quatro vezes por semana e pode ser assistida gratuitamente. São cerca de 40 minutos em que as pessoas se aglomeram para acompanhar o mais próximo possível, por isso é recomendado chegar cedo.
Perto dali fica o Big Ben, outro dos pontos turísticos mais procurados por visitantes de todo o mundo. Principal símbolo do Palácio de Westminster, sede do parlamento inglês, também conta com visitas esporádicas, em torno de duas a cada mês. O roteiro inclui o prédio do legislativo e deve ser agendado com antecedência porque as filas são enormes.
A entrada tem um minucioso protocolo de segurança e requer a apresentação de reserva e de documento de identificação. Também é preciso contar com uma pequena dose de sorte porque quando há algum risco de atentado ou qualquer evento que mobilize as forças de segurança, o local é isolado.
Outro ponto recheado de história é a Torre de Londres, construída por volta do ano de 1070 para ser o palácio da realeza. Além de ter sido também uma prisão, é onde estão guardadas as joias da Coroa. São vários os itens lá mantidos, destaque para a coroa propriamente dita, a órbita e o cetro que são usados na cerimônia de coroação dos monarcas. Por ali passou boa parte da história medieval da cidade, que pode ser conhecida de perto em visitas agendadas previamente.
A Tower Bridge, ou Ponte da Torre, é outro ponto emblemático. Inaugurada em 1894, foi palco de acontecimentos históricos e continua sendo uma das principais formas de atravessar o Tâmisa. Passarelas de vidro, mais de 40 metros acima do rio, dão uma linda vista da cidade e também de quando a ponte está sendo erguida para a passagem de embarcações. Elas também contam a história da construção da ponte.
Para quem gosta de esporte, além do forte futebol inglês, o destaque é o torneio de Wimbledon, considerado por muitos o mais tradicional do tênis. Os ingressos devem ser adquiridos com muita antecedência para garantir a experiência.
Vale destacar a London Eye. Com 135 metros de altura, a roda-gigante foi inaugurada em 2000 para marcar a chegada do novo milênio. A capacidade é de 15 mil visitantes por dia, em uma volta que dura 30 minutos, com vista para toda a cidade. São 32 cápsulas, cada uma representando um distrito de Londres. A atração fica à beira do Rio Tâmisa, onde no verão é possível fazer passeios de barco que brincam com a atmosfera dos filmes de James Bond.
Pacotes turísticos
Por oferecer opções para todos os gostos, Londres geralmente é desbravada com roteiros personalizados, mas alguns pacotes podem ajudar a conhecer os pontos mais tradicionais. Fabian Saraiva diz que a Uneworld entrega soluções para agências de viagens, não para o consumidor final, mas destaca um pacote terrestre de Inglaterra e Escócia que inclui Londres, Stanford, York e Edimburgo, com várias saídas durante o ano, custando a partir de 1,5 mil euros (cerca de R$ 8,6 mil na cotação atual) e contando ainda com um guia que recepciona em Londres e se despede em Glasgow. As passagens aéreas ficam por conta dos viajantes e variam de acordo com a época do ano, mas ficam em torno de US$ 1,4 mil (atualmente cerca de R$ 7,4 mil) saindo de Porto Alegre, segundo o CEO.
Já a Casamundi Cultura trabalha em simbiose com a Casamundi Turismo. A empresa promove encontros de preparação para as viagens, com estudo de história, cultura e gastronomia. Os roteiros também são totalmente personalizados, por isso não são informados valores.
Mais informações:
Uneworld: (51) 9-8186-0944 e uneworld.com.br
Casamundi Cultura: (51) 3024-4284 e casamundi.com.br