Conhecer novas culturas, expandir horizontes, conquistar maior autonomia, ampliar o currículo e melhorar o autoconhecimento. Há motivos de sobra para muitos jovens realizarem um intercâmbio.
Segundo o presidente da Associação de Agências de Intercâmbio do Brasil (Belta), Alexandre Argenta, essa vivência é essencial para que o estudante consiga aproveitar o máximo possível para aprimorar e desenvolver suas habilidades:
— É o grande sonho da vida para quase todos que buscam essa experiência internacional.
Para que em suas “bagagens” estejam momentos importantes, a entidade criou o Selo Belta, o qual as agências de intercâmbio passam por uma periódica e rigorosa análise. São verificados históricos, comprometimento e, principalmente, saúde financeira, ratificando a qualidade da empresa para a segurança e a realização do intercâmbio.
Destinos mais procurados
- Canadá
- Estados Unidos
- Reino Unido
- Austrália
- Nova Zelândia
- França
- Irlanda
- Holanda
- Alemanha
- Malta
- Dubai (Emirados Árabes)
- África do Sul
Fonte: Associação de Agências de Intercâmbio do Brasil (Belta)
Além das agências, as instituições de ensino são um outro caminho para desbravar o mundo. É o caso de Rubens Guilherme Santos, que se formou neste ano em Jornalismo. Em 2016, o paulista passou no vestibular da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Pela UFSM, se inscreveu em um edital de intercâmbio para Corrientes, na Argentina (até então sua primeira viagem internacional). Em terras argentinas, com a graduação-sanduíche na Universidade Nacional do Nordeste (UNNE), pode desenvolver o espanhol e, em dois meses, conseguiu dominá-lo.
Culturalmente, foi possível saber mais sobre os povos indígenas na América do Sul, principalmente com as suas visitas em Salta e Jujuy. Ao todo, o intercambista ficou cinco meses na Argentina.
Esse desejo por conhecer mais o mundo não parou por aí. Em 2019, foi a vez de ir para a África, mais precisamente a Maputo, em Moçambique. Essa oportunidade veio por meio de um projeto de comunicação da universidade que tinha como um dos pré-requisitos ter afrodescendência.
Era a chance de conhecer a cultura e a história do futebol africano, pelo qual tinha tanto interesse. Naquele país, ele acompanhou várias partidas locais e visitou o bairro de Mafalala, onde nasceram diversos líderes políticos e culturais e o mais famoso jogador de Moçambique: Eusébio, craque da seleção de Portugal e do Benfica.
Os seus estudos ocorreram na Universidade Pedagógica de Maputo e, por conta própria, aprendeu o francês. Também deu oficinas de radiojornalismo na Rádio Comunitária Maria.
Para Rubens, outra realização concretizada foi viajar até a África do Sul e ir até os pontos turísticos associados a Nelson Mandela. Lá, conheceu Soweto, maior distrito sul-africano, e a Cidade do Cabo, lugar que se destaca pela beleza natural.
Com esses sete meses bem vividos, todos esses conhecimentos foram utilizados em seu trabalho. Junto com seu amigo dos tempos de universidade, montou em redes sociais o Ponta de Lança, com conteúdos relacionados ao esporte, à cultura e à política do continente africano.
A ida até a África contribuiu muito profissionalmente, mas fez, principalmente, marcas em sua vida:
— Ainda sinto um vínculo de alma com Moçambique. Quando estive lá, era como se estivesse em casa.
High school no Arizona, universidade na Flórida
Quando ainda estava no segundo ano do Ensino Médio, Francine Breunig, que sempre admirou a cultura americana e o seu modelo de ensino, procurou a agência STB para realizar um intercâmbio de high school. Era o seu momento de "sair da zona de conforto", conforme a própria define.
Por gostar de um clima com temperaturas altas, a cidade de Phoenix, no Arizona, foi a sua escolha em 2016. Na Shadow Mountain High School viveu situações que, até então, tinha visto em filmes, como as danças e os jogos de futebol americano na escola. Nesse período, Franciele se encantou por Sedona, uma localidade que se destaca por estonteantes paisagens e rochas vermelhas; além do icônico Grand Canyon, no condado de Coconino.
Durante os estudos, a sua professora de inglês a incentivou a permanecer no país devido ao seu excelente desempenho nas aulas e domínio do idioma. Com esse apoio, conseguiu uma bolsa para estudar na Universidade do Sul da Flórida. Ao ingressar, iniciou no curso de Medicina, mas logo trocou para Relações Internacionais e adicionou na formação o diploma de Criminologia. Como sempre teve em seus interesses a diplomacia e o Direito Internacional, essa capacitação permitiu ficar mais um ano no país e trabalhar em um escritório de defesa criminal.
— A cidade de Tampa foi onde fiz faculdade e consegui evoluir muito como pessoa e conquistar minha independência — salienta.
Para descansar do agito do trabalho, as praias eram o seu destino certo nos finais de semana, em especial, em Treasure Island. Ver o pôr do sol era o seu momento para relaxar.
Após sete anos nos Estados Unidos, voltou ao Brasil em julho de 2022. Em seu retorno virou consultora de vendas da mesma agência que proporcionou todas essas vivências, a STB. A sua atuação é nas escolas e mostrar justamente o quanto um intercâmbio pode transformar vidas.
Experiências na Irlanda e em Portugal
No outro lado do Oceano Atlântico foi onde o advogado Leonardo Fleck viveu suas experiências. Já formado, Fleck almejava novos rumos para sua vida. A vontade de morar fora era grande, mas não tinha coragem. Juntamente com a sua ex-esposa foi até a agência Egali Intercâmbio e, devido às várias facilidades apresentadas para morar, Dublin, na Irlanda, foi a opção em 2018.
Conforme salienta, a adaptação foi fácil, pois haviam muitos brasileiros no intercâmbio. Os estudos foram na Grafton College, porém aprendeu a falar fluentemente o inglês durante um emprego em um hotel.
Fleck se encantou pelos famosos pubs irlandeses, classificados por ele como "cheios de diversão e história". Também chamou a sua atenção a quantidade de prédios e castelos, com mais de 200 anos de construção.
Para aprimorar seus conhecimentos no Direito, foi morar em Porto, em Portugal, e lá fez o mestrado em Direito Internacional, na Universidade do Minho. Em 2020, diante do início da pandemia, trancou os estudos e regressou para o Brasil.
Nesses dois anos e meio de Europa, o advogado agregou muitos conhecimentos profissionais, mas o pessoal foi o mais relevante. No total, visitou 20 países, porém Dublin foi o local que mais impactou pelo estilo de vida da população. Atualmente, em seu comportamento, está menos preocupado em ter, mas sim em desfrutar a vida:
— Penso mais no momento do que propriamente no futuro.