Para muitos dos que viajam ao Havaí (EUA), Honolulu é só uma escala rumo a Maui ou Kauai, para fugir da muvuca turística que Waikiki se tornou. Em 2018, quase 6 milhões de pessoas chegaram à ilha de Oahu de avião, o que representa um crescimento de 16,2% em cinco anos. Mas acredite: a capital multicultural do Estado americano no Pacífico vai além das praias. Há muita coisa para se fazer e ver.
O Bishop Museum oferece a possibilidade de compreender a evolução física e cultural das ilhas. Com o nome inspirado na princesa Bernice Pauahi Bishop, filantropa e última descendente da família real Kamehameha, o espaço mostra o Havaí pré-contato e a abdicação forçada de sua última rainha, Lili’uokalani, no final do século 19. Veja também a maquete de heiau, o templo onde ocorriam os sacrifícios; as capas e os capacetes de penas coloridas; os cobertores kapa de tururi; a parede de pilões antigos de poi; o esqueleto do cachalote pendurado no teto; e a alcova onde ficam as roupas inspiradas nos estilos típicos do Pacífico que você pode experimentar, incluindo, é claro, a famosa saia de palha.
O Arboreto Lyon é o local para admirar a biodiversidade de uma floresta tropical. O espaço verdejante, com mais de 11 quilômetros de trilhas ladeadas por folhagem densa, serve de laboratório de ecossistema ao ar livre para a Universidade do Havaí. O estacionamento e a entrada são gratuitos, como também é o mapa que o ajudará a identificar espécies de hibisco, plantas nativas e outras usadas na cultura tradicional da ilha, além das que estão ameaçadas de extinção. Fique ligado para ouvir os chamados das cacatuas.
O ingrediente básico na mesa nativa havaiana é o poi – semelhante a um purê arroxeado, feito a partir de uma raiz parecida com o cará (e sem glúten). Para provar, vá ao Highway Inn, inaugurado em 1947. A sugestão é um combo com poi, batata doce cozida no vapor e carne de porco Kalua, defumada; de quebra, uma porção quadradinha de pudim de coco servida em uma travessa (US$ 15,25). Ou prove os tacos de tortilha de cará recheados de peixe fresco acompanhados de chips de batata doce e cará. Boa também é a panqueca de poi com macadâmia e creme de coco. Outra opção gastronômica é ocupar um dos cinco lugares no balcão da cozinha do Fete, onde uma equipe comandada pelas chefs Robynne Maii e Emily Iguchi prepara pratos como o risoto de bochecha de boi Kauai Ranch e o bolo de cenoura e abacaxi. O jantar com três pratos, sem bebida, sai por cerca de US$ 45 por pessoa.
Para beber, o Skull & Crown Trading Co. é a casa do momento. Inaugurada em 2019, é decorada nas linhas tiki e filme de terror – o resultado é um ambiente meio macabro, que mistura crânios e cabeças encolhidas, redes de pesca e boias, luminárias em forma de abacaxi, ídolos, uma escultura de sereia e uma trilha sonora que conta até com trovoada. A lista de coquetéis inclui o incomum ‘Awa ‘Awa Mai Tai (US$ 15), feito com Campari e servido com gelo moído e um cubo de açúcar em chamas dentro da casca de meio limão.
Leilão do peixe
Siga cedo para o Pier 38 para ver o leilão de peixes para restaurantes no Havaí, no Japão e nos EUA continentais. Nas salas de venda gélidas, os compradores se reúnem em torno dos pallets com atum-albacora-havaiano, peixe-opah ou peixe-espada enquanto o leiloeiro recebe os lances, anotando o preço final por quilo em um pedaço de papel que é preso na peça. A entrada do público para observação é gratuita, mas também dá para fazer os passeios de 90 minutos, a US$ 25 por pessoa. Vá depois ao Nico’s Pier 38, ali pertinho, para um café da manhã com ovos, panquecas com manteiga de maracujá e o peixe do dia.