Situada na Encosta da Serra, Santa Maria do Herval ainda é conhecida por muitos como Teewald. O nome vem do dialeto alemão Hunsrückisch e faz alusão à abundância de ervas medicinais no local – tee significa chá, e wald, mato. O município gaúcho também é rico em belezas naturais: são mais de 10 cascatas.
Como a cidade faz parte da Rota Romântica, o passeio começa antes mesmo da chegada. Admiramos as paisagens na estrada enquanto nos dirigimos ao nosso destino, que fica a 73 quilômetros de Porto Alegre (pega-se a BR-116 e, depois, a VRS-873, em Morro Reuter; o trajeto leva pouco mais de uma hora).
Lá, a equipe de reportagem foi surpreendida pela carinhosa recepção de um grupo de estudantes: eles declamaram versos no dialeto alemão. Em casa e na escola, os hervalenses cultivam suas origens.
A primeira parada foi na Cascata e Caverna dos Bugres, ótima opção para quem procura um refúgio na natureza sem precisar se afastar do centro de Herval. O acesso é fácil e sinalizado: foram 500 metros de estrada de chão e em menos de cinco minutos.
A queda d´água tem 12 metros de altura. É um local muito tranquilo. A gente respira ar puro e renova as energias. O espaço é administrado pela prefeitura, que oferece uma estrutura de bancos e lixeiras, além de corrimãos. A entrada é gratuita, mas atenção às regras: nada de churrasco.
Na lateral da Cascata, fica a Caverna dos Bugres, chamada assim por imigrantes alemães que depararam com indígenas abrigados do frio, da chuva e do vento. Embora seja pejorativo para se referir aos índios, o termo segue sendo empregado para identificar a atração.
O rapel é a dica para os aventureiros. Não é o meu caso, mas, pelo #PartiuRS, encarei o desafio. Uma trilha nos leva ao topo da cascata. Bateu medinho na hora de descer o paredão. Como desistir não era uma opção, confiei no instrutor e fui!
— A primeira vez de qualquer pessoa no rapel é tensa. Tem de procurar alguém com qualificação para fazer as atividades. E também verificar todos os equipamentos, se está tudo em dia — orienta Paulo Eduardo Gayger, instrutor e técnico em turismo.
Para quem não tem essa coragem, uma boa pedida são balneários como o Kunzler, a seis quilômetros do centro, na localidade de Padre Eterno Baixo. A entrada é franca, e o valor do quiosque para assar uma carne é de R$ 25. O acesso às piscinas, abertas durante o verão, custa R$ 13 por pessoa. Também dá para se refrescar nas águas do Rio Cadeia ou reunir a galera do futsal (R$ 40 a hora na quadra). Não é permitido levar bebidas.
A visita seguinte foi à Cascata da Linha Marcondes, com mais de 30 metros de altura. Rodeada por mata nativa, está a 10 quilômetros do centro, em uma propriedade privada, mas a família deixa as portas abertas.
Essa não tem estrutura para visitantes. O ideal é ir acompanhado de um guia, porque não há placas indicando o caminho. Boa parte do trajeto de carro é por estrada de chão, e, após chegar ao terreno, ainda tem muita trilha pela frente, pelo mato e pela água.
— O cara tem de malhar muito, porque é pegado — disse o colega Marcos Ozanan, cinegrafista da RBS TV.
Após essa injeção de adrenalina, fomos encerrar o passeio com um belo café colonial preparado por um grupo de mulheres da comunidade do Morro dos Bugres Baixo – a primeira de Santa Maria do Herval. Se você quiser conhecer o local e provar deliciosos quitutes caseiros, a prefeitura da cidade conta com um roteiro guiado a R$ 75, que inclui o café.