Ponto ocidental mais extremo da África, Dacar é uma paisagem cosmopolita no deserto que avança rumo às águas verdes do Atlântico. Com seus micro-ônibus de tons berrantes, barcos de madeira e moda bem colorida, a capital do Senegal é um paraíso descolado. Os homens, de roupa de borracha até a cintura e prancha de surfe debaixo do braço, zanzam pela rua, indo ou voltando da praia; as mulheres, com ares de sereia, vendem sanduíches recheados de ovos, batata frita e lentilhas que não deixam nada a dever aos food trucks mais hipsters.
Com quase seis meses por ano de dias ensolarados e noites fresquinhas, a cidade é uma das mais confortáveis da região. A cultura de hospitalidade senegalesa, conhecida como teranga, reforça o clima de simpatia – e não se espante se algum morador o convidar para compartilhar uma refeição ou tomar uma xícara de café touba, temperado com pimenta e cravo-da-índia.
Comece a viagem em um dos points mais badalados do surfe mundial, com um mergulho e uma aula na École Surf Attitude, em Yoff Beach. A Isle des Madeleines é um parque nacional próximo da costa, com enseadas verde-esmeralda e contornos rochosos. Um guia o acompanhará a partir do barquinho de madeira, com direito a coletes salva-vidas.
À exceção de uns poucos baobás de contornos estranhos, a ilha é desabitada. Lembrancinhas, dinheiro e leite são oferendas deixadas para o espírito que supostamente vive dentro de uma das árvores. Nas pequenas poças de maré, veem-se estrelas-do-mar e polvos transparentes, o que as tornam mágicas para as crianças.
Se quiser dar uma pausa das belezas naturais, vá ao centro para visitar o Museu das Civilizações Negras. Situado em um prédio construído por chineses, oferece uma seleção variada de peças, incluindo ferramentas de tempos pré-modernos e obras de arte e esculturas de temas pós-modernos.
O Farol Mamelles, um restaurante e clube, oferece uma das melhores vistas da cidade. O brunch sai por entre 8,5 mil e 17,5 mil francos CFA (entre R$ 55 e R$ 112). A decoração do Le Lagon 1 reconstitui um barco de luxo em pleno alto-mar. No cardápio, muito camarão, frutos do mar e peixe. O almoço sai, em média, por 9,4 mil francos CFA (R$ 61). Leve roupa de banho para explorar a praia particular depois. O hotel butique Le Djoloff tem um cardápio escrito na lousa, que muda toda noite. No térreo, The Cave oferece uma noite de jazz em um espaço aconchegante.
Ah, se quiser dançar com o pessoal local, prepare-se para ficar acordado até altas horas: na maioria das casas noturnas, a balada não começa antes da meia-noite, fato ainda mais impressionante quando se pensa que muitos dacarenses não consomem bebida alcoólica, por serem muçulmanos.
Não se esqueça
- A população do Senegal é de 14,6 milhões de pessoas. A língua oficial é o francês, e a moeda, o Franco CFA (sigla da Comunidade Financeira Africana). R$ 1 equivale a 152 francos CFA.
- Os voos do Brasil são feitos apenas por companhias estrangeiras, partindo de Guarulhos (SP), às quintas e aos domingos.
- A Anvisa exige Certificado Internacional de Vacinação contra a febre amarela, 10 dias antes da viagem.
- Na feira Soumbédioune, onde os tesouros são entalhes, bijuterias e pinturas sob o vidro (especialidade local), a ordem é pechinchar. Vale escolher um corte de tecido e receber uma peça sob medida; as estampas mais populares são de pássaros.