A 27ª edição da Fenadoce, que começa quarta-feira (5) em Pelotas, é uma oportunidade para celebrar não apenas a tradição doceira, que se tornou patrimônio nacional. O conjunto histórico formado pela Charqueada São João, pela Chácara da Baronesa (onde fica o Museu da Baronesa), pelo Parque Dom Antônio Zattera e por quatro praças, além de edificações de seu entorno, também estão protegidos pelo governo federal.
A resolução parte do argumento de que a produção de doces tem relação direta com a história da cidade e a economia do charque, que marcou o município entre o fim do século 18 e o começo do século 20.
O nome “Pelotas” teve origem na vivência das charqueadas, mais especificamente nas embarcações de varas de corticeira forradas de couro, usadas para a travessia dos rios. Durante essa época, alguns costumes dos europeus foram adquiridos pelos pelotenses por conta da exportação da carne seca ao continente. Uma delas foi o consumo de doces nos intervalos dos saraus literários. Com o passar dos anos, mesmo com o fechamento das charqueadas, os doces permaneceram na cidade e ganharam relevância no comércio local. Foi a partir da década de 1920 que se passou a divulgar em todo o Brasil a tradição doceira.