A viagem do vegetariano/vegano tem lá seus obstáculos. "Pela minha experiência, eu digo que ainda confundem muito um com o outro. E nem sempre há muitas opções de pratos", conta Jamie Jones, COO vegana da WhirlAway Travel, em West Chester, Pensilvânia.
Por outro lado, também dá para comer muito bem viajando, mesmo seguindo uma ou outra filosofia. É o caso de Jones, que compartilha aqui algumas dicas para que você faça o mesmo.
Escolha os destinos certos
Alguns destinos são mais receptivos a veganos/vegetarianos que outros. A maioria das grandes cidades norte-americanas e os países asiáticos, especialmente Índia e Butão, tem um sem-fim de opções de restaurantes para ambas as dietas (na Índia, aliás, há milhares de casas que só servem variedades vegetarianas) e uma cultura que compreende os princípios que ambas pregam. Israel é outra boa pedida, assim como a Itália – em Turim, por exemplo, o que não falta são restaurantes vegetarianos.
Vale lembrar, porém, que há muitos lugares em que a carne e os animais fazem parte da cultura e entretenimento locais. A indústria da carne na Argentina e as touradas na Espanha são dois exemplos. Embora não seja necessário participar dessas tradições, é importante saber de sua existência.
Atenção ao reservar cruzeiros, hotéis e passeios certos
No geral, cadeias de hotéis com foco no bem-estar como Six Senses e Como Hotels & Resorts tendem a ter conhecimento e acomodar as necessidades de veganos e vegetarianos.
Algumas linhas de cruzeiros também costumam oferecer cardápios especiais para viagens inteiras com antecedência: Crystal Cruises, Regent Seven Seas, Uniworld River Cruises e Viking River Cruises são alguns exemplos.
Já as excursões em grupo são um pouco mais complicadas; a menos que ofereçam itinerários específicos voltados para veganos/vegetarianos (como a Intrepid Travel, por exemplo, que recentemente introduziu três), muitas não são exatamente receptivas a essas dietas, principalmente se houver refeições incluídas. Por outro lado, algumas cidades oferecem tours de comida vegana. Confira no centro de turismo municipal ou regional antes de planejar sua viagem, ou peça a ajuda de um agente.
Apele para a tecnologia
O Happy Cow é um serviço bem útil, que lista os restaurantes veganos/vegetarianos ao redor do mundo, tanto em áreas urbanas como mais isoladas. O site, disponível na internet, é uma base de dados acessível que indica os estabelecimentos próximos de sua localização. Está disponível também como aplicativo gratuito para iPhone e Android.
É a ferramenta que Jones usa ao pesquisar os lugares onde pode comer durante suas viagens. Para saber quais são as melhores casas da cidade nas duas modalidades, Yelp e Eater também são úteis.
Aprenda os termos locais
Embora "vegetariano" e "vegano" sejam dois conceitos diferentes em inglês, nem sempre são traduzidos corretamente em outras línguas; assim, o mais seguro é aprender os termos equivalentes na língua local que deixem bem claras as suas restrições alimentares.
Em vez de anunciar sua condição, aprenda a dizer "nada de ovos, laticínios, carne, peixe ou frango". É bom também perguntar sobre os ingredientes. Caldo de peixe e/ou frango, peixe em flocos, gelatina e manteiga, por exemplo, nem sempre vêm especificados no cardápio, ou são de uso tão comum que nem são levados em consideração quando você diz "não como carne".
Viaje preparado
Por fim, sempre viaje com um arsenal de guloseimas: porções individuais de proteína em pó, Kind Bars, frutas secas, nozes e embalagens pequenas e práticas de pasta de sementes vão mantê-lo satisfeito quando as opções forem limitadas ou inexistentes.
Aeroportos, paradas de descanso e cidades pequenas tendem a ser as mais limitadas. "A fome pode arruinar até a mais fantástica das viagens", constata Jones. Lembre-se também de que nem todo hotel oferece produtos de toalete e cosméticos veganos. Se essa for uma questão importante para você, leve os seus de casa.
Por Shivani Vora