A imersão na história da imigração italiana na serra gaúcha, apresentada pelo parque temático Epopeia Italiana, em Bento Gonçalves, está repaginada desde a semana passada. A atração, que dura pouco mais de meia hora e é realizada há 14 anos pela Giordani Turismo, está com cenários reformulados, além de sonorização e iluminação também renovadas.
Os protagonistas, o casal Lázaro e Rosa Giordani, conduzem o visitante a uma viagem que detalha, com recursos multimídia, a partida dos imigrantes do Porto de Gênova, em 1876, até o desembarque em Porto Alegre, trentasei giorni (36 dias) depois.
— A ideia era humanizar o espetáculo. Acrescentar a sensação de paredes mofadas, deixar a cadeira fora do lugar para indicar que alguém esteve ali, os barulhos que podem até deixar o visitante com um pouquinho de medo. Queríamos mostrar a neblina, o escuro, a dificuldade pela sobrevivência — detalha a diretora da Giordani Turismo, Susana Giordani.
Lázaro e Rosa não são apenas os protagonistas do espetáculo, mas também personagens reais da viagem daqueles imigrantes da Europa que sonhavam em encontrar um paraíso em solo brasileiro. Eles são os bisavós de Susana, uma das idealizadoras do parque, e que agora levam ao público uma amostra dos fatores que impulsionaram uma leva de mais de 80 mil italianos a tentar a sorte no Brasil, entre 1875 e 1914.
Em 10 cenários, o visitante revive as dificuldades que os antepassados de Susana e de parte dos moradores da Serra enfrentaram para erguer uma cidade até então inabitada, além do êxito que as famílias tiveram com trabalho e dignidade.
A viagem se inicia na cidadela de Pedersano, norte da Itália, de onde Lázaro e Rosa partiram. Interpretado pelo ator Giovani Balestrin Guerra, Lázaro é quem convence o visitante da Epopeia Italiana de que deixar a Itália em 1876 é mesmo a melhor escolha — porque na América, brada ele, "nada haverá de faltar".
Ao mesclar o dialeto italiano com o português colonial, Lázaro convida o turista a navegar na terceira classe de um navio, a conhecer a mata virgem que os europeus precisaram desbravar (até a temperatura do ambiente se assemelha) e também a réplica da casa que construíram em Bento Gonçalves. No final do passeio, é possível degustar suco, biscoitos e fazer fotos com trajes italianos.
A missão de dar vida nova a um atrativo que já fazia sucesso entre moradores e turistas coube a um experiente diretor artístico, Rodrigo Cadorin, da empresa D'arte. Um dos principais desafios de Cadorin, que dirigiu o Natal Luz de Gramado por mais de 10 anos, era não interromper o fluxo de visitação do parque mesmo em meio às obras que ocuparam o local nos últimos seis meses.
— As portas do parque fechavam, e o cenário vinha abaixo. Trabalhamos sempre depois das 17h30min, tentando interferir o mínimo possível no funcionamento. Nós humanizamos algo que já foi eficaz por 14 anos, e nos preocupamos com cada detalhe, incluindo a pronúncia do artista, que precisava ser perfeita — detalha Cadorin.
Programe-se
-O quê: parque Epopeia Italiana
-Quando: diariamente, das 8h às 18h
-Onde: Rua Visconde de São Gabriel, 507, no bairro Cidade Alta, em Bento — próximo do passeio de Maria Fumaça, outro atrativo da Giordani Turismo
-Quanto: R$ 25
-Duração: 30 minutos
-Recomenda-se agendar a visitação: (54) 3455-2788