Fomos ao norte gaúcho percorrer parte de um roteiro que mostra a riqueza trazida por imigrantes alemães e italianos, com muita comida boa e hospitalidade: a Rota das Terras Encantadas, que passa por 16 municípios. Desta vez, visitamos apenas dois — e já tivemos muito o que fazer.
Nosso tour começou em Victor Graeff, na Praça Tancredo de Almeida Neves, conhecida como a Mais Bela Praça do Rio Grande do Sul. O lugar conta com mais de 300 esculturas feitas nas árvores, em um trabalho cheio de detalhes mantido há 35 anos.
— O maravilhoso é que a gente vê as esculturas crescerem. Eles plantam, elas vão crescendo e, de repente, transformam-se numa imagem. É muito legal — diz a empresária Solange Savadinstzki, moradora de Victor Graeff.
Seguindo para o interior do município, chegamos a jardins com mais de 500 tipos de plantas.
— Começou com a minha mãe, em 1998, porque ela tinha uma preocupação muito grande em deixar o jardim da casa organizado e de tentar juntar o máximo de espécies possíveis — conta a florista Anegrid Gnich dos Santos. — O cuidado com as plantas é muito grande. A gente passa o ano todo trabalhando, podando.
Foi ali que começou o Caminho das Topiarias, Flores e Aromas, que integra a Rota das Terras Encantadas. Ele continua na casa da Família Schultz, onde o cenário é um convite ao descanso, e a mesa, à comilança.
Anualmente, Victor Graeff faz a Festa Nacional da Cuca com Linguiça, mas quem a visita em outras épocas também não sai de lá sem provar a combinação típica alemã. Seis propriedades fazem parte do Caminho das Topiarias, que, com café da manhã colonial, almoço e lanche da tarde, custa R$ 65 por pessoa — é preciso agendar.
Se você preferir a gastronomia italiana, pode fazer a Rota della Cuccagna, que, em italiano, significa fartura. Também parte das Terras Encantadas, a rota percorre cinco propriedades do município de Tapera e custa R$ 95. No restaurante da Família Dallanora, o cardápio tem sopa de capeletti, polenta, massa caseira, tortéi, canelone e carnes de frango e porco. É o próprio dono, Celso, quem faz questão de servir e conversar com os clientes.
Na casa da Família Rizzi também se produz o vinho, e quem vai lá pode conhecer o trabalho do proprietário, Clemente Rizzi, como artesão. Até a pipa para envelhecer o vinho foi feita por ele.
O roteiro continua na propriedade da Família Crestani, que busca guardar a história dos antepassados italianos. Há uma casa, por exemplo, construída há 90 anos e ainda totalmente preservada. O banheiro é mantido do lado de fora, como antigamente. Entre os móveis, quase centenários, está o berço usado pelo aposentado Dorvalino Crestani há quase 80 anos.
— Meu avô construiu essa casa e ela continua de pé. Foi onde eu nasci, em 1927 — recorda.
Nosso passeio terminou no Chá da Nona, um café estilo colonial preparado e servido pelos anfitriões — com música italiana e muita fartura, claro.
Municípios que fazem parte da rota
Boa Vista do Cadeado, Boa Vista do Incra, Colorado, Cruz Alta, Fortaleza dos Valos, Ibirubá, Lagoa dos Três Cantos, Não-Me-Toque, Quinze de Novembro, Saldanha Marinho, Salto do Jacuí, Santa Bárbara do Sul, Selbach, Tapera, Tio Hugo e Victor Graeff.
#PartiuRS é uma série multimídia que mostra as belezas do Estado. Além do ZH Viagem, a série pode ser acompanhada aos sábados, no Jornal do Almoço, da RBS TV, no Supersábado, da Rádio Gaúcha, e em um site especial no G1. A coordenação é de Mariana Pessin (mariana.pessin@rbstv.com.br)