Muitos turistas cruzam a divisa entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina durante o verão. Mas que tal atravessá-la de trem e, em vez de ir a praias, buscar piscinas com águas termais em roteiro que faz uma viagem pelo passado? O Partiu RS vai a Marcelino Ramos, na Região Norte, e Piratuba, no Estado vizinho.
O passeio sobre trilhos começa na estação ferroviária da cidade catarinense, distante 24 quilômetros do município gaúcho. Antes da chegada, já se pode apreciar a paisagem – quem passa por Viadutos durante o entardecer ou ao amanhecer pode conferir o espetáculo do sol nos morros.
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Ao entrar em Piratuba, é bom se antecipar para comprar o bilhete do trem, já que ele sai pontualmente às 13h30min de sábado. Com passageiros acomodados e locomotiva abastecida, é hora de partir. O passeio é uma forma de resgatar a história pelos vagões de 1920, que foram revitalizados. É pelos trilhos do século anterior, no caminho do interior catarinense a Marcelino Ramos, que os turistas registram cada detalhe do encontro com o passado.
A viagem no tempo também atravessa uma ponte centenária que liga os dois Estados. De dentro dos vagões, o turista tem uma visão privilegiada do Rio Uruguai. No trajeto, o passageiro vive uma experiência que, por vezes, emociona.
– É bom saber como era antigamente. Quando tu estás aqui dentro, ficas pensando em todo o sofrimento das pessoas que vieram para cá de trem. Tudo isso passa na cabeça da gente – relata a professora Madrison Sartori.
Para a dona de casa Ana Dorot, o momento é de nostalgia:
– Está sendo muito emocionante, interessante, divertido. Estou voltando à minha infância, pois meu pai foi guarda-freios. Naquela época, lá pelos anos 1960, os freios eram controlados em cima dos vagões. Então, os homens tinham de ir lá em cima e pular com o trem em movimento para ir controlando, de um vagão para outro, os freios.
Depois de quase uma hora de viagem, chega-se ao segundo destino: Marcelino Ramos. Logo no desembarque, encontram-se produtos feitos por artesãos locais.
O turista passeia pelo município de pouco mais de 5 mil habitantes, onde a tranquilidade contrasta com o movimento de visitantes. Em alta temporada, o lugar chega a receber 2 mil pessoas por dia – a maioria atraída pelas águas termais.
O parque de águas termais de Marcelino Ramos foi criado na década de 1970. E já passou por várias transformações. A única coisa que não muda é a água, que está sempre quente. A temperatura varia de 32°C a 36°C. Quem vai ao local, no inverno ou no verão, garante que a água proporciona relaxamento e traz benefícios para saúde.
– Para a gente tirar o estresse do dia a dia, isso aqui anima a alma, a vida, o casamento, tudo – diz a agricultora Solange Zanatta.
As pessoas que quiserem ficar só no relaxamento podem levantar o astral numa aula de hidroginástica ou aproveitar brinquedos como o toboágua. No parque, dá para comer em um buffet de comida caseira por R$ 25.
O descanso do fim do dia também tem o parque como paisagem. Ele pode ser visto de uma das sacadas dos hotéis que ficam no entorno, também com vista para o Rio Uruguai.
Preços
- Bilhete do trem: R$ 85
- Buffet no parque: R$ 25
- Diárias: a partir de R$ 300