Muitas pessoas têm descoberto no litoral uruguaio uma atração diferente para descansar e viver novas experiências, em praias como La Paloma, Punta del Diablo, Cabo Polonio e Playa Mansa, em Punta del Este.
Se o mar é tão gelado e agitado como o gaúcho, a viagem compensa em razão das paisagens espetaculares, com praias picotadas por rochedos e declives arborizados em direção ao mar, da gastronomia sublime e da vista de cidades com arquitetura pitoresca, erguidas por mãos de artistas e alquimistas.
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A aventura é garantida, mas esteja ciente de que não é uma viagem barata. A hotelaria e os restaurantes uruguaios não custam menos do que os brasileiros. De combustível e pedágio, a partir de Porto Alegre, gasta-se mais de R$ 1 mil para ir até Colônia do Sacramento e retornar. Mas, com planejamento, pode-se economizar na gasolina, no câmbio e nas hospedagens, buscando paradas mais econômicas.
No mapa abaixo, veja as cidades em que é possível parar ao longo do trajeto:
1. São Lourenço do Sul
A primeira parada é nesta cidade simpática às margens da Lagoa dos Patos, com espaço para acampamento e boas prainhas sombreadas para passar o dia. A Praia da Barrinha seduz os visitantes em busca de sossego e banhos refrescantes de lagoa.
Uma opção cultural é o Museu Histórico, sobre a colonização da região (fica na Rua XV de Novembro, 302, e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h, com entrada gratuita). Se a visita for no final de semana, é preciso agendar pelo telefone (53) 3251-9512.
2. Pelotas
A riqueza histórica de Pelotas está no Centro, nas charqueadas como São João e e Santa Rita em construções robustas e bem preservadas como o Museu da Baronesa. A gastronomia, com forte influência uruguaia, é um espetáculo à parte, com parrilladas e pizzas. E não se esqueça dos doces típicos portugueses. Vale a pena passar a tarde na Praia do Laranjal, a menos de 20 minutos de carro do centro de Pelotas.
3. Punta del Diablo
A apenas 45 minutos da fronteira com o Brasil, Punta del Diablo é uma vila de pescadores que se tornou charmoso destino turístico, com feiras de artesanato, restaurantes sofisticados e uma arquitetura peculiar, com casas e pousadas de formas e cores diferentes – algumas construídas sobre as rochas ou entre as dunas. Surfistas e mochileiros do mundo inteiro têm, lá, parada obrigatória.
Antes de chegar, recomenda-se uma visita ao Parque Santa Teresa, onde se conhece o forte erguido pelos portugueses a partir de 1762. Está localizado entre os quilômetros 302 e 306 da Ruta 9. Os ingressos variam de acordo com a temporada – de R$ 10 a R$ 15.
Ali vive uma insólita comunidade sobre uma península quase dentro do Oceano Atlântico. Faz parte de uma reserva ambiental, com acesso controlado, portanto. Para fazer a visitação, é preciso pegar uma caminhonete 4x4 no parque de preservação, em Valizas, e percorrer um trajeto de 20 minutos. Dá para deixar o carro no estacionamento do próprio parque por 170 pesos (cerca de R$ 20).
Um dia é suficiente para conhecer as atrações de Cabo Polonio que, além da comunidade de cem moradores, encanta pelo farol e pelos leões-marinhos. Se você preferir, também pode se hospedar nos albergues ou pousadas locais – reservando com boa antecedência.
A Punta dos cassinos e das cafeterias caras é apenas a parte mais vistosa da cidade. Alguns dos melhores museus e centros culturais uruguaios estão em Punta ou nas proximidades. O Museu del Mar apresenta mais de 10 mil exemplares da vida marinha, incluindo ossadas gigantescas de baleias jubarte e cachalote. Também tem uma ampla exposição de aves . A partir de Punta, chega-se à Casapueblo, o "delírio mediterrâneo" do artista Carlos Vilaró, com boa parte de suas pinturas e esculturas. Entrada a 150 pesos (cerca de R$ 20).
6. Atlántida
É uma cidade pequena, de casarões antigos e imponentes, ideal para descansar sob as sombras das árvores à beira da praia. Na sua extensa costa, há uma praia mais tranquila (mansa) e outra mais agitada (brava). A preferida dos pescadores é a Edén Rock, já que ali se encontra o pesqueiro Piedra Lisa, famoso por suas enormes corvinas – também é um bom local para comprar peixes frescos. Atlántida tem alguns atrativos curiosos, como o monumento El Aguila (A Águia), bodegas como Viñedo de Los Vientos (na Ruta 11, Km 162) e a pitoresca Iglesia del Cristo Obrero.
A capital tem forte ligação com a história, a natureza e o mar. Tem atrações para todos os gostos e bolsos: pode-se conhecer gratuitamente o Jardim Botânico, o Parque Rodó, o formidável calçadão e, no Centro, o Mercado do Porto, o esplendoroso Palácio Salvo, a Porta da Cidadela e o Palácio Legislativo (há visitas guiadas cobradas). Os restaurantes típicos, em particular nos mercados e na beira da praia, são caros, mas o turista que bate pernas na área residencial de bairros como Pocitos, Ciudad Vieja e Punta Carretas encontra ótimas confeitarias, padarias e chiviterias – além de uma invejável segurança. Uma boa notícia para quem vai de carro: é uma cidade fácil de guiar e de estacionar.
Atração cultural imperdível, Colônia é ideal para deixar o carro estacionado e circular a pé ou de bicicleta (algumas pousadas e hostels alugam bikes). Os preços para entrar em museus de mapas e armas são irrisórios: um passe único para todas as entradas custa 50 pesos uruguaios – cerca de R$ 6. Uma caminhada pela área histórica, Patrimônio da Humanidade reconhecido pela Unesco, datada de 1680, revela um histórico de guerras e conflitos diplomáticos entre portugueses e espanhóis pelo território – valioso para o comércio naval da América do Sul.
Para quem quiser atravessar de balsa para Buenos Aires, recomenda-se que compre antecipadamente pela internet (sites buquebus.com e seacatcolonia.com). Os preços variam bastante e vêm expressos em pesos argentinos no site argentino e em pesos uruguaios no site uruguaio. Normalmente, é mais barato comprar no site uruguaio. Um valor de referência para ir e voltar com o carro na balsa sai por cerca de R$ 350.