De um lado, a Lagoa dos Patos. Do outro, o Oceano Atlântico. Entre uma ponta e outra, está Mostardas, no litoral gaúcho. A partir de Porto Alegre, são 175 quilômetros pelas RSs 040 e 101, em duas horas e meia de estrada.
Nossa primeira parada foi a Lagoa dos Patos, a maior lagoa costeira da América do Sul. Na verdade, ela não é uma lagoa e, sim, uma laguna, porque tem comunicação com o mar. E a visão que a gente tem é de um mar mesmo.
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Para chegar lá, são 30 quilômetros por estradas de chão. Vai o aviso: é preciso um carro 4x4, porque, sem ele, o risco de ficar no meio do caminho é grande. Quem não tiver um modelo desse tipo pode contratar uma das empresas que oferecem o passeio, ao custo de R$ 300 por carro. Aí, é só escolher: com ou sem emoção.
Antes, em um desvio subindo as dunas, há uma vista fantástica para os dois lados da lagoa, que têm uma distância de 40 quilômetros, em média.
Descendo a duna, com cerca de 10 minutos de estrada, encontra-se uma praia deserta. O nosso destino final, porém, aparece ao longe: um farol. Em tempos de GPS, essas estruturas ainda são necessárias. Por isso, na Lagoa dos Patos, eles ainda funcionam. Um deles é o Farol Cristóvão Pereira, construído em 1840, de onde é possível ver o sol nascer e se pôr.
No caminho de volta a Mostardas, a lua nos acompanhou. Aliás, a dica é ir com tempo para visitar tudo e se hospedar em um dos cinco hotéis da cidade, com diárias a partir de R$ 80. No dia seguinte, visitamos um ateliê que retrata a natureza local.
– Trabalho hoje fazendo aves para colecionadores de outros países. Especialmente, faço as aves do Parque Nacional da Lagoa do Peixe – afirma o artesão Eloir Silva.
O parque é o maior paradouro de aves migratórias da América Latina. Em dias de muito vento, a água da lagoa recua, e a pode-se até andar em parte dela. Há três trilhas de acesso para carro, e o visitante pode explorar sozinho (e de graça) os cerca de 36 mil hectares. Só a lagoa tem 35 quilômetros de extensão – uma mesa farta para quase 300 espécies de aves.
– A Lagoa do Peixe produz muito alimento. Tanto as aves migratórias do Hemisfério Norte quanto as do Sul a utilizam como uma parada para ganhar energia e voltar para casa – explica o chefe do parque, Fernando dos Santos Veber.
Os visitantes vêm na expectativa de avistar flamingos. A gente teve sorte e, da estrada mesmo, conseguimos observá-los na margem da lagoa. É um passeio para quem gosta de observar – as aves e as belas paisagens que a natureza ainda intocada nos presenteia.
#PartiuRS é uma série multimídia que mostra as belezas do Estado. Além do ZH Viagem, a série pode ser acompanhada aos sábados, no Jornal do Almoço, da RBS TV, no Supersábado, da Rádio Gaúcha, e em um site especial no G1. A coordenação é de Mariana Pessin (mariana.pessin@rbstv.com.br)