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#PartiuRS

Cem mil araucárias são as estrelas da Floresta Nacional de Passo Fundo

Apesar do nome, a floresta não fica em Passo Fundo, mas nas vizinhas Mato Castelhano e Marau

Fábio Lehmen

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Imagem aérea da floresta

É no Rio Grande do Sul, mas o cenário lembra a Amazônia: uma mata grandiosa, de natureza exuberante. Mas, na Floresta Nacional de Passo Fundo, a imensidão verde é formada pelas 100 mil araucárias – espécie ameaçada de extinção que tem destaque no Estado.

Para começar, um esclarecimento: apesar do nome, a floresta não fica em Passo Fundo, mas nas vizinhas Mato Castelhano e Marau. A partir de Porto Alegre, são 317 quilômetros, em quatro horas de viagem, passando pelas BRs 448 e 386 e pela RS-153. O trajeto termina na BR-285.

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As primeiras espécies de araucárias foram plantadas na unidade de conservação – hoje mantida por sete servidores do Instituto Chico Mendes (ICMBio) – para a produção de madeira. Por isso, a área conta com estradas usadas para o transporte da carga. A extração continua sendo feita, mas, agora, de forma sustentável. Ou seja, tudo que é retirado precisa ser replantado.

– Em época de inverno, temos a semente do pinhão. Fazemos o plantio e, a partir do final da estação ou começo da primavera, ela vai brotar e dar início a uma nova araucária – explica o analista ambiental Remi Weirich, do ICMBio.

Depois de um ano, a árvore atinge cerca de 30 centímetros de altura, o suficiente para ser levada à floresta, que tem 1,3 mil hectares. Só ali, são pelo menos 2 mil mudas.

Floresta tem 203 espécies de aves registradas

Mas a área também tem outras cores, como a das aves que sobrevoam a região.

– Temos 203 espécies registradas aqui. Isso significa um terço da população de aves do Rio Grande do Sul – afirma a mestre em Ecologia Nêmora Prestes, da Universidade de Passo Fundo.

O azul também colore a floresta, com pelo menos 10 nascentes que ajudam a formar o Rio Taquari, um dos maiores do Estado, e a Barragem do Capingui, administrada pela CEEE.

Com cerca de 10 minutos de caminhada pela mata, chega-se a duas pequenas cachoeiras, em uma área que nunca sofreu interferência do homem. Caminhar por ali não é fácil, mas trilhas improvisadas levam o visitante a lugares de natureza intacta.

Em uma das regiões mais úmidas, cercada de xaxins, há uma cangerana que chama atenção pelo tamanho. São necessários três homens para abraçar a árvore.

Cangerana chama atenção pelo tamanho

Ali, também há espaço para pesquisas com plantas medicinais. O local tem um relógio do corpo humano, em que cada hora é representada por uma planta.

– Representa o horário de funcionamento mais elevado de cada órgão – esclarece a extensionista rural da Emater Rejane Tochetto.

Uma floresta cheia de vida, que, além de encantar, protege nossas riquezas naturais.

– Hoje, no Planalto Médio, especialmente na Região Norte, a Floresta Nacional de Passo Fundo é a maior área, o maior remanescente de floresta ombrófila mista (mata de araucária). É quase um pulmão verde aqui na nossa região – orgulha-se o chefe da unidade de conservação, Adão Güllich.

Como ir

– Para visitar a floresta, basta entrar em contato com a administração pelo telefone (54) 3313-4311. O ingresso é gratuito.

– Mato Castelhano conta com um hotel e lancherias em postos de combustível. Perto, em Passo Fundo, há mais opções de alimentação e hospedagem.

Leia todas as matérias da série #PartiuRS

#PartiuRS é uma série multimídia que mostra as belezas do Estado. Além do ZH Viagem, a série pode ser acompanhada aos sábados, no Jornal do Almoço, da RBS TV, no Supersábado, da Rádio Gaúcha, e em um site especial no G1. A coordenação é de Mariana Pessin (mariana.pessin@rbstv.com.br)


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