Todo país tem uma cidade assim (na Alemanha, dizem ser Colônia, por exemplo): New Orleans, por ser festiva e por sua colonização variada, não parece uma cidade americana. Conhecida como berço do jazz, há uma década atrás ficou ainda mais famosa por uma tragédia: boa parte dela enfrentou a devastação causada pelo furacão Katrina que, felizmente, poupou sua região mais turística/histórica, o French Quarter.
Nos cerca de oito quarteirões, está a maioria dos bares, museus, restaurantes tradicionais, lojas, artistas de rua. Não é preciso procurar pela música - ela estará em todos os lugares. Incluindo, é claro, restaurantes. Nós fomos a um dos mais tradicionais, o Arnaud's, local de cozinha creole que existe desde 1918 e já é tocado pela quarta geração de proprietários, e o jazz estava lá - bom e interativo, já que os músicos passam pelas mesas e dá para ajudar a selecionar o repertório, o que às vezes pode ser um perigo, porque eles abandonarão o que tocam para se dedicar aos standards pedidos por nós, os turistas.
Para ouvir jazz tradicional, escolhemos o Preservation Hall, que toca a música do começo do século 20 (na sala pequeníssima, não há ar-condicionado nem nada para comer ou beber, só música). É uma experiência que vale um texto à parte (você pode ler mais em www.zerohora.com/recortesdeviagem). Ali perto, a Bourbon Street, a principal das ruas do French Quarter, ferve. Gente dançando e bebendo, em clima de festa permanente. A Bourbon, porém, está muito longe de ser charmosa - se é um pouco mais de glamour que você procura, vá à Royal Street. E se quiser fazer o que os locais fazem, fuja do French Quarter e vá aos bares e ao mercado da Frenchmen Street, no Faubourg Marigny.
Fachada do Preservation Hall. Foto: Rosane Tremea, Agência RBS
Ah, se você visitar a cidade no Carnaval de New Orleans, o Mardi Gras, em fevereiro/março, ou no tradicional festival de jazz, em abril, reserve hotel com meses de antecedência. Uma multidão costuma ter a mesma ideia. Ainda que fora dessas datas, faça reservas nos lugares mais concorridos. Ou prepare-se para enfrentar filas enormes que podem resultar em frustração.
Sua jornada, sempre, pode começar ou terminar com um passeio pelo Rio Mississippi, em um dos tradicionais barcos a vapor, o Natchez. A música não o abandonará. De dia ou de noite, estará ali, ao vivo.
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Hotel
Escolhemos três hotéis históricos, dois deles catalogados no Historic Hotels of America, associação com mais de 260 estabelecimentos (para ser membro, o hotel precisa ter mais de 50 anos e ser reconhecido pela autenticidade e pela arquitetura). Nossa escolha fez a diferença, pelo conforto, pela localização e pela história.
Fachada do Degas House. Foto: Rosane Tremea, Agência RBS
Degas House (New Orleans) - A casa é também um museu e funciona como um bed & breakfast (não há recepção 24h, você recebe a chave da casa e tem o café da manhã incluído na diária). O nome não é à toa. O pintor impressionista francês passou cinco meses na residência onde viveu sua família materna. Fica na Esplanade Avenue, onde estão alguns dos mais bem preservados casarões típicos de New Orleans, no Tremé, o mais antigo bairro afro-americano da cidade.
A uns 15 minutos de caminhada da Bourbon Street, a principal rua do French Quarter, a área onde ficam as atrações mais concorridas. O café da manhã na Degas House é uma delícia. Há apenas três suítes, dois apartamentos e mais quatro quartos no sótão. Mas, atenção: no sótão, não há janelas. Se você for claustrofóbico, não resistirá a uma noite ali, apesar do conforto. Há um tour guiado pela casa, para hóspedes e visitantes.