A cidade tem águas termais de graça em locais como a Colunada Mlynska
Foto: Rosane Tremea, Agência RBS
Nunca tinha ouvido falar em Karlovy Vary até desembarcar em Praga, capital da República Checa. Aí recebi a proposta: que tal passar o dia em Karolvy Vary? As duas cidades ficam a 120 quilômetros uma da outra, eu já tinha visto um pouco de Praga e gostei da ideia de conhecer mais algum lugar próximo. O que eu não sabia era que:
- Karlovy Vary é o segundo destino mais visitado do país, depois de Praga;
- eu ia gostar tanto e me arrependeria (muito) de ter ido só passar o dia;
- eu já a conhecia de pelo menos dois filmes: As Férias da Minha Vida, com Queen Latifah e Gérard Depardieu, e Cassino Royale, o primeiro de Daniel Craig como 007.
Também não sabia que ambos tinham usado o famoso Grandhotel Pupp como cenário.
Do segundo filme, o de James Bond, fui me dar conta quando cheguei lá, comecei a ler sobre o lugar e ouvir as clássicas histórias que contam aos turistas.
Do primeiro, ao zapear pela TV a cabo um dia desses e dar de cara com o "água com açúcar" visto anos atrás. Ele conta uma história
bonitinha sobre uma norte-americana comum diagnosticada com uma doença terminal que decide gastar todo o dinheiro economizado na vida durante uma semana hospedada nesse hotel. Não vou contar o resto. Não é nenhuma superprodução nem conta uma história superoriginal. É bonitinho, só.
Karlovy Vary é uma cidade agradável de se andar
Foto: CzechTourism, divulgação
Bom, voltando à cidade: ela foi fundada em 1370 pelo imperador Carlos IV, daí seu nome - o castelo real Loket, onde ele se hospedava com a família, fica nos arredores e hoje é aberto à visitação.
Conta a lenda que Carlos IV participava de uma caçada de cervos na região e um dos animais que perseguia caiu num poço. E então perceberam tratar-se de águas quentes. Carlos IV decidiu construir ali um local para veranear. E é por suas águas termais que Karlovy Vary ficaria famosa (leia mais no destaque).
Waffers, cristais e bela arquitetura
No século 20, também se notabilizaria pelo Festival Internacional de Cinema, criado em 1946. Mas é reconhecida ainda por seus waffers artesanais, do século 19, e por um licor que dizem ter uma fórmula secreta, composta de 30 ingredientes, o Karlovarská Becherovka. Ah, e também por seus cristais, especialmente os da marca Moser.
Mais do que isso, é uma cidade agradável para se andar, de arquitetura bonita. Ela é cortada pelo Rio Teplá e, à sua volta, há lojas elegantes, hotéis, pequenos restaurantes.
Dizem que vale a pena também pela gastronomia, mas isso eu não pude atestar. Fiz uma bobagem: comprei um tour que incluía almoço, justamente no hotel Pupp. Eu esperava uma refeição especial. Não era! Serviram um menu turístico dispensável. A comida não era ruim, era comum.
Devia ter escolhido um bistrô qualquer, daqueles que a gente olha de fora e simpatiza, sem saber o que vai encontrar do lado de dentro. Há mais de 30 restaurantes e bistrôs na cidade de pouco mais de 50 mil habitantes. Mas, enfim, pelo menos meu almoço serviu para conhecer o hotel, o cassino etc Ficou a vontade de voltar uma outra vez.
Água quente em plena rua
Como você deve ter lido no texto principal, Karlovy Vary surgiu como um balneário de águas termais - há quase 150 hotéis e pousadas, e muitos deles funcionam como spas. Recebeu, entre dezenas de outras personalidades, gente como Goethe, Beethoven, Gogol, Paganini e Mozart, para tratamentos de saúde e descanso.
Hoje, mantém-se ainda como destino para turismo médico (não só para tratamento com águas termais, mas também de cirurgias plásticas, beleza etc), para esportes de aventura nos bosques e florestas dos arredores.
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Mas, se você não se hospedar ali, como eu, pode (com cuidado, para não desarranjar seu aparelho digestivo) provar da água termal que jorra nas ruas e tem efeitos curativos.
Em qualquer quiosque se pode comprar pequenas canecas levadas depois como suvenir para beber a água disponível de graça em lugares como a Colunada Mlynska.
O manancial mais quente de todos - na área central também - é o do gêiser Vrídlo, onde a água mineral jorra a 72°C e 12 metros de altura.
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