Trânsito, areias lotadas, restaurantes abarrotados e sotaque gaúcho para todos os lados. Punta del Este contrasta com o clima slow life de outras praias uruguaias, como Punta del Diablo e Cabo Polônio. Mas esqueça a ideia de que só ricaço mergulha nesses mares gelados.
A Avenida Gorlero, principal da península, tem tanto lojas de grife como de badulaques. À beira-mar, nem tudo é ostentação e dá para tropeçar em muito isopor na beira da Praia Brava, aquela onde uma galera se amontoa para fazer fotos no monumento La Mano, obra do chileno Mario Irarrazabal. Ao atravessar a península, fugindo do mar agitado e do apito dos salva-vidas que tentam convencer os veranistas a não se arriscarem tanto, a Praia Mansa, do Rio da Prata, enche de pais, crianças, velhinhos e pessoas que não sabem nadar direito, como eu. Famílias de classe média, que se reúnem ao cair da tarde para tomar um sorvete na Freddo. Aliás, aperta no bolso, mas o sabor dulce de leche granulado vale a pena.
Ao norte de Punta, passando uma divertida ponte ondulada que dá frio na barriga e que é cartão-postal do balneário, fica La Barra, que ainda apresenta um clima meio familiar, por causa das águas calminhas. Mas é em Bikini e Montoya, na sequência, onde a juventude badalada se esconde. Ou melhor, se mostra ao cair da tarde. Se pela manhã são os donos das mansões envidraçadas de condomínios à beira-mar que aproveitam o sol enquanto babás tomam conta das crianças, à tarde as águas mais agitadas curam a ressaca de muito jovem que aproveitou as baladas do centro de La Barra na noite anterior. Essa mesma rua principal onde muitos hostels recebem muitos jovens argentino e brasileiros, com suas pranchas a tiracolo.