Uma amiga me contou outro dia da importante decisão tomada por ela e o namorado após a recente viagem de Ano-Novo: a partir dali, o segundo requisito ao escolher um hotel, depois de ter wi-fi gratuita, é o local não ser pet friendly. Eles não gostaram da presença de animais no ambiente.
O fato, porém, é que o terror de alguns pode ser o deleite de outros. A minha amiga fez questão do comentário após eu relatar, maravilhada, como amei a terra encantada dos cachorros e de seus adoradores chamada British Columbia, província da costa oeste do Canadá.
As pessoas ali realmente parecem amar seus bichos de estimação e os levam junto mesmo nas férias, mesmo na neve e na temperatura abaixo de zero. Os três hotéis onde ficamos eram pet friendly, e eu - cachorreira que sou - tinha um ataque de fofurice a cada vez que encontrava um cachorro no corredor ou no elevador. E nada de cão de madame (nada contra). Eles eram muitos e lindos e grandes e bem comportados. E fofos. Óuunnn
Depois de parar e afofar cada cachorro (e encher o saco de seus donos) em Sun Peaks e Whistler, tive de reconhecer que eu havia virado a "crazy dog lady" ("a louca dos cachorros").
Em Sun Peaks, conheci os alaskan huskies que levam turistas em passeios de trenó de cerca de uma hora, ao custo de 200 dólares canadenses (R$ 415, uma ou duas pessoas). Fiz um interrogatório ao pessoal do Dog Sled Tours (http://zhora.co/ dogtours), porque não me agrada a ideia de obrigar os bichinhos a puxar pessoas por aí. Mas os donos me garantiram: os cães, que são poucos e "da casa", adoram a tarefa e até sentem falta quando estão de folga. Os que não curtem muito ou estão cansados são aposentados - mas não abandonados. Continuam com a família dona do negócio.
Em Vancouver, qual é a minha surpresa quando chego para o café da manhã e encontro um cachorro, misto de labrador e golden retriever, de anfitrião, saracoteando entre as mesas? Era a Mavis (na foto abaixo), um dos dois cães que vivem no lu- xuoso Fairmont Vancouver Hotel, no centro da cidade. Hoje com 12 anos, ela foi adotada após não passar pelos testes para ser cão-guia, por ser muito sociável. O outro é o labrador Beau, que passou parte de sua vida em uma penitenciária americana.
Tem quem não goste, tanto que nem sempre eles podem perambular no breakfast. Mas eu A-M-E-I. Geralmente, os dois ficam em camas especiais no saguão, ao lado do Concierge. Os hóspedes podem até levá-los para passear pela cidade. Tão populares são que até têm perfil no Facebook.
Do luxo para o mochileiro - em Toronto, na costa leste, o meu hostel também tinha um cão: a dachshund Lily.
Muitos cachorros encontrei, mas fiquei chateada por não ter conhecido um em específico: a Nora, heroína da Canadian Avalanche Rescue Dog Association, que resgata pessoas soterradas por avalanches em Whistler. Fica para a próxima.
Pelo Canadá
British Columbia, a terra encantada dos cachorros
Editora de ZH conta sobre visita a terra encantada dos cachorros e de seus adoradores na costa oeste do Canadá
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