O ponto de partida da Transiberiana é Moscou, onde nos encontramos, em 11 de agosto passado, com pessoas do mundo inteiro - metade brasileira -, para uma jornada de 14 dias a bordo do Expresso Transiberiano. Cidade em permanente revolução depois da queda do socialismo, a capital da Rússia conserva intacta a beleza dos monumentos e dos locais que evocam a história e o poder russos, como o Kremlin e a catedral ortodoxa de São Basílio, patrimônios da humanidade tombados pela Unesco. A ordem agora, porém, é a do capitalismo.
Os 9 mil quilômetros de trilhos da Transiberiana ligam Moscou à Pequim, próximo ao Oceano Pacífico. Apesar das distâncias, seria um erro considerar essa viagem um sinônimo de desconforto e privações. O expresso turístico oferece relativo conforto, com vagões-restaurante, para banho e cabines privativas, se assim optarmos.
A primeira atração são os Montes Urais, cadeia montanhosa que divide as porções europeia e asiática da Rússia e onde está a cidade de Yekaterinburg (Cidade de Catarina), palco do assassinato do czar Nicolau II, de sua mulher e dos filhos, em 1918. O expresso cruza a Sibéria e passa pela República Buryatia, centro do budismo siberiano, ainda em solo russo. Segue pela Mongólia, com suas paisagens intocadas e seus Khans, e chega, finalmente, a Pequim, que ostenta sua impressionante muralha. O viajante tem o privilégio de mergulhar na história e na atualidade, por meio de museus, templos, teatros, palácios imperiais, cidades proibidas, magníficas igrejas e catedrais ortodoxas, mosteiros, diferentes culturas e religiões, monumentos de guerras e revoluções, arquitetura e gastronomia, shows de música clássica e típica, apresentações folclóricas... Ufa!
Também belezas naturais fascinantes como os grandes rios siberianos, florestas intermináveis, vastas estepes, deserto de Gobi, montanhas, vales verdejantes e o Lago Baikal, chamado de Pérola da Sibéria. Trata-se de um enorme espelho de água cristalina e azul intenso, maior reserva de água doce do mundo.
É uma longa viagem sem o mínimo espaço para o tédio.
Eu estive lá
Leitor viaja por 14 dias a bordo do Expresso Transiberiano, que liga Pequim à Moscou
Jacques conta que "apesar das distâncias, seria um erro considerar essa viagem um sinônimo de desconforto e privações"
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