Como diz o fado de Amália Rodrigues: "Cheira Bem, Cheira a Lisboa...".
Ah, o fado... Lisboa não seria a mesma sem o Fado de Amália Rodrigues: para os fãs dela, indico a Casa-Museu Amália Rodrigues (fica no bairro do Rato, linha amarela do metrô). A casa está do mesmo jeito que ela deixou quando morreu, em 1999, incluindo o piano de cauda em que ela tocou com Vinícius de Moraes e uma medalha do governo brasileiro.
Para recordar a época em que Amália era viva, o turista pode assistir a um show na famosa Casa do Fado de Alfama (onde Amália começou a cantar). Se quiser "visitar" a artista, você pode ir ao Panteão, local onde estão sepultadas todas as personalidades portuguesas.
Também não seria Lisboa sem os elétricos (bonde, em português de Portugal) para encarar as subidas nas apertadas vielas da parte antiga da cidade. Mais tradicional ainda é o Chiado (acessível pela linha verde do metrô), o bairro dos boêmios e dos intelectuais, onde está o célebre café A Brasileira (que tem a estátua do escritor Fernando Pessoa).
A calçada de Copacabana é inspirada na calçada do Chiado, que é meio um "pedacinho de Brasil" em território português. O bairro também conta com um carro verde dos anos 1920 que toca fado. Por 1 euro (R$ 2,60), você escolhe o fado que quer escutar - é só entregar a moedinha para o rapaz e escolher a música. Ele "dá corda" (como nas caixinhas de música), e a canção escolhida começa a tocar.
No Chiado, também fica o Elevador de Santa Justa, uma construção belíssima toda em ferro. Lá em cima, há um café e uma vista belíssima do Rio Tejo. Outra grande atração do bairro é o Castelo de São Jorge. Quem desce da estação do metrô e caminha em direção ao Rio Tejo encontrará a Praça do Comércio, um dos cartões-postais de Lisboa. Ali, no domingo, é realizada uma feirinha tipo o Brique da Redenção. Também é uma ótima oportunidade para quem quiser andar de "elétrico".
Na saída do bairro do Chiado, fica o famoso Bairro Alto, que, na realidade, é um labirinto de ruas estreitas cheio de bares e casas noturnas. Aconselho o Bar da Couve (os lustres são em forma de couve). Como as ruas são estreitas e não permitem carros, o negócio é caminhar. Mas muito cuidado com seus pertences: o que o bairro tem de legal, tem de perigoso.
Para os amantes da história
Ir a Lisboa é uma viagem pela História do Brasil. Um passeio imperdível é a visita à Torre de Belém, de onde os navegadores portugueses saíam em busca do Novo Mundo. Na minha opinião, é um dos lugares mais lindos da capital portuguesa, se não for o mais bonito. Tire um dia para fazer este roteiro: Torre de Belém-Mosteiro dos Jerônimos (uma das mais belas construções do mundo, rica em detalhes)-Pastéis de Belém (ir para Lisboa e não comer pastel de Belém é como ir ao Rio de Janeiro e não ir no Cristo Redentor).
Pertinho da Torre de Belém, está o Memorial do Descobrimento. No chão, há um mapa-múndi com os países que Portugal colonizou em destaque: vale a pena "sentar" no Brasil.
Pra quem curte parques
Bem no extremo da Avenida da Liberdade, está o parque Eduardo VII, que fica próximo à rótula onde está o Monumento a Marquês de Pombal. Nesse parque, encontram-se barraquinhas de bordadeiras, onde você pode comprar toalhas e panos de prato e outros suvenires bem mais acessíveis.
Para os que preferem modernidade
Aconselho o Parque das Nações (Estação Oriente, linha vermelha do metrô), onde fica o shopping Vasco da Gama (um dos maiores e mais modernos de Lisboa). Pertinho dele, você encontra o Cassino de Lisboa e, mais à frente, o Oceanário. Esse vale muito a pena. São quatro aquários gigantes com outros menores em volta. O peixinho mais visitado é o Nemo. Aconselho ir pela manhã ou à noite.
Para os que gostam de compras
Da Estação Oriente, você pega um ônibus ou aluga um carro para o FreePort (megashopping de outlet). Os preços são bem atraentes. A dica é chegar cedo - como o lugar é grande, com certeza você passará o dia lá. Também vale a pena o Shopping Colombo. A Estação Colégio Militar do metrô fica dentro desse shopping, que é imenso. Ao lado, está o estádio do Benfica.
Para os baladeiros
Aconselho as docas, antigos armazéns transformados em bares e restaurantes à beira do Rio Tejo.
*Consultora tributária de Porto Alegre, morou em Lisboa durante dois anos, onde fez mestrado em Direito Empresarial