Um ano depois de as cinzas do vulcão chileno Puyehue cobrirem a Patagônia, a cidade argentina de Bariloche abre a temporada de inverno com o aeroporto reformado e uma série de investimentos. A expectativa é de que 30 mil turistas brasileiros cruzem a fronteira na estação à espera da neve, que chegou pela primeira vez em grande intensidade na última semana.
Em 2011, a poeira expelida do vulcão chileno sujou e assombrou o paraíso dos Andes por meses. Mutirões foram realizados com a colaboração de milhares de moradores até a cidade ficar completamente limpa. A baixa visibilidade causada pela pluma impossibilitou a aterrissagem de aeronaves, o que derrubou o número de visitantes argentinos e estrangeiros.
Bariloche viveu dias de cidade-fantasma, com hotéis, lojas e restaurantes vazios. Tanto que as autoridades decidiram decretar "situação de desastre econômico e social".
Com 180 voos semanais, o Aeroporto Internacional Teniente Luis Candelaria reabriu apenas este ano, após investimento de US$ 20 milhões em modernização _ das pistas de pouso à estrutura de serviços. A mais importante novidade no terminal é um aparelho, adquirido pelo governo, capaz de detectar aglomerações de partículas de fumaça após erupções. Assim, é possível alterar a rota dos aviões sem cancelar os voos.
A aposentada Salete Bombassaro, 56 anos, está entre os gaúchos que tiveram a viagem a Bariloche cancelada no ano passado - no seu caso, duas semanas antes da partida de Porto Alegre, em julho. Mas ela não desistiu de visitar novamente, depois de 10 anos, a cidade que classificou como "charmosa". No mês que vem, irá com o marido e o sobrinho de 12 anos em uma excursão.
- O meu sobrinho ficou triste com o cancelamento porque estava animado com a possibilidade de brincar na neve. Já eu fiquei mais tranquila quando suspenderam a viagem porque não queria ver a neve suja pelas cinzas - relata Salete, cuja atração preferida em Bariloche é o passeio de esqui em Piedras Blancas.
Dispostos a recuperar os turistas que deixaram de visitar a região, os empresários apostaram em promoções na rede hoteleira e em um calendário intenso de programações especiais na estação da neve.
Até o início de agosto, porém, os pacotes para viajar para a região estão quase esgotados, segundo a diretora de uma operadora de turismo da Capital, Jussara Leite. Os que restam estão custando cerca de US$ 1,8 mil. Ela destaca que o fator que mais encarece as viagens de última hora é o bilhete aéreo, que está quase esgotado _ opções de acomodações são mais fáceis de serem encontradas.
Depois das férias escolares de julho, o combo de dois dias em Buenos Aires e quatro dias em Bariloche, com passagem aérea, hotel e transfer, pode ser adquirido por US$ 1 mil.