Jiayuguan, na China, é uma cidade pela qual passam cerca de 800 mil turistas - em sua maioria chineses das ricas regiões do Leste, mas também muitos europeus, norte-americanos, japoneses e coreanos.
O local tem personalidade. Teve a firme determinação de se expandir para dentro do deserto com zonas verdes e criar 11 lagos alimentados com água das geleiras das montanhas Qilian, conseguindo assim com que as precipitações passassem, de uma ou duas, para 20 ao ano.
Há 60 anos, no território ocupado hoje pela cidade de Jiayuguan, província de Gansu, no Norte da China, a única coisa que existia eram as inóspitas paisagens do deserto de Gobi, de onde se avistam as cordilheiras que formam o estreito corredor montanhoso de Hexi e o trecho final da Grande Muralha, conhecido como "a passagem de Jiayuguan", o único acesso ocidental à China para os mercadores da antiga rota da seda e um dos pontos estratégicos do país.
Atualmente, Jiayuguan tem 220 mil habitantes, amplas avenidas poeirentas e uma firme determinação na difícil tarefa de ganhar terreno do deserto com zonas verdes das quais seus habitantes possam desfrutar.
História de desenvolvimento
Um estádio com capacidade para 15 mil pessoas, um teatro com 1,2 mil poltronas, 11 lagos artificiais e um museu da história da cidade são apenas alguns dos exemplos do forte desenvolvimento urbanístico experimentado pela localidade chinesa de Jiayuguan nos últimos tempos.
Uma enorme torre em forma de golfinho em um dos parques locais é o centro de previsões meteorológicas e dá uma pista da importância que o clima tem para esta região. Mas Jiayuguan é realmente conhecida por causa do trecho da Grande Muralha chinesa que fica a apenas quatro quilômetros de seu centro urbano.
Foi durante a dinastia Ming (1368-1644), concretamente no ano de 1372, que foi construída a "passagem de Jiayuguan", o trecho final da Muralha, feito de areia e barro, que abriga a fortaleza militar de observação mais bem conservada das 100 que ainda existem ao longo dos mais de 7 mil quilômetros dessa construção.
Naquele tempo, os territórios do outro lado da passagem eram chamados de "territórios do Oeste". São as atuais províncias chinesas do Tibete e de Xinjiang. Mas, ao contrário do que se possa pensar, o turismo não é a indústria principal da cidade.
Em 1958, o líder comun i s t a Ma o Tsé-Tung, que pretendia desenvolver economicamente essa deprimida parte da China, enviou uma expedição de 11 homens à cordilheira de Qilian, a apenas poucos quilômetros de Jiayuguan, na busca de recursos minerais. Encontraram uma mina de ferro, e Mao decidiu construir uma fábrica de aço que pudesse sustentar a população. Atualmente, a fábrica tem 38 mil empregados que elaboram diversos produtos de aço.