Uma operação fiscalização realizou a retirada de equipamentos de som que estavam na praia de Capão da Canoa, no Litoral Norte, nesta quinta-feira (28). Na ação, três caixas de som foram apreendidas pela polícia por estarem com volume acima do limite permitido por lei municipal.
Todos os equipamentos estavam no meio de uma grande aglomeração de jovens na praia, entre dois quiosques localizados no cruzamento das Avenidas Beira Mar e Flávio Boianovski, já no fim do trecho ampliado da orla. A operação foi coordenada pelo 2º Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (2º BPAT) e a 2ª Companhia de Policiamento Ambiental da Brigada Militar.
Conforme os policiais, durante a fiscalização, o equipamento utilizado para medir o volume do som emitido das caixas – o decibelímetro - chegou a marcar 86 decibéis. No entanto, a lei municipal estabelece como limite o número de 60 decibéis.
— Nós estamos realizando inicialmente a orientação para que as pessoas reduzam o volume de seus equipamentos. No entanto, se há uma insistência realizamos a apreensão e o responsável responderá pela contravenção. Vamos seguir com ações como essa ao longo do verão sempre que for necessário — afirmou o comandante 2º BPAT, tenente-coronel Noé Jesus da Costa.
Durante as apreensões, algumas pessoas que participavam da festa reclamaram da ação dos policiais. No entanto, não houve confronto nem detidos. Outros veranistas, no entanto, comemoram a retirada dos equipamentos.
— Estava demais! Essa gurizada chega aqui na praia e acha que são os donos do lugar. Não respeitam ninguém. Eu trabalho pela manhã e só consigo vir para praia durante a tarde e, nesta época, é sempre assim — reclamou uma moradora há sete anos de Capão da Canoa que preferiu não ser identificada.
Problemas em outras praias
Denúncias e reclamações por som alto na beira da praia não são exclusividade de Capão da Canoa. Conforme dados do 2º Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas, desde o início da Operação Verão no dia 20 de dezembro, já foram apreendidas quatro caixas de som e dois aparelhos amplificadores em Arroio do Sal, além de uma caixa de som em Torres.
Aproveitando as férias em Arroio do Sal, a família Misturini precisava conviver com um “vizinho” de praia que curtia músicas sertanejas em um volume excessivo, segundo seu relato. Segundo a gerente Thalita Misturini, 34 anos, o grupo tenta fugir dos locais que tenham caixas de som.
— Está cada vez mais difícil ficar na praia em um local tranquilo. Por ser um espaço aberto, começa uma competição para ver quem escuta música mais alto. Para quem vem para praia em busca de descanso e um pouco de sossego, fica bem difícil — lamentou.
Além das leis municipais que regulam o limite sonoro e proíbem o uso de determinados equipamentos na beira da praia, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) também está atento à questão. No início do mês de dezembro, dois protocolos de atuação conjunta entre MPRS e o Governo do Estado foram assinados com o objetivo de coibir, nas praias do litoral gaúcho, o uso abusivo de caixas de som na faixa de areia.
Além da apreensão de equipamentos como caixas de som e amplificadores, está prevista também a apreensão de veículos que utilizarem equipamentos de som com volume acima do permitido.