Moradores e veranistas de Cidreira, no Litoral Norte, se reuniram neste sábado (11) para um abraço simbólico na estrutura do Bar Azul, um dos pontos tradicionais localizados no centro do município. Conforme o corretor de seguros Mauro Doebber, 64 anos, organizador do evento, cerca de 200 pessoas participaram do ato.
— É um sentimento de tristeza, saber que talvez sejam os últimos momentos. O abraço é porque esperamos sensibilizar alguém que possa fazer alguma coisa pelo bar — explica.
A manifestação foi realizada em razão de uma decisão obtida na Justiça pelo Ministério Público Federal (MPF) que pede a demolição do prédio. Na ação civil pública ajuizada contra o município, a proprietária e um antigo locatário, o órgão alega que a estrutura ocupa uma área de preservação permanente, sobre dunas frontais, sem licenciamento ambiental.
Os réus recorreram da decisão, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) deferiu, em última instância, o pedido do Ministério Público. Em 7 de novembro, o MPF peticionou solicitando a fase de cumprimento de sentença.
O local, que fica à beira-mar, pertence à economista Rozângela Pereira Alves desde 1998, tem 334 metros quadrados. A proprietária afirma que já enfrentou outras batalhas judiciais pela demolição, mas disse que sempre teve ganho de causa na Justiça.
O advogado Décio Itiberê, que atua na defesa do município no processo, diz que a decisão se trata de uma burocracia, e afirma que a estrutura não prejudica o meio ambiente. Entretanto, a prefeitura já tentou reverter a decisão em todas as instâncias, mas acabaram as medidas judiciais.