O número de mortes por afogamento aumentou de duas para sete nesta temporada da Operação Verão no litoral. Entre as mortes, apenas uma ocorreu em área cobertura por guarda-vidas. Os dados foram divulgados pelo Corpo de Bombeiros nesta sexta-feira (24), em evento no Balneário Cassino, em Rio Grande. Foram 714 salvamentos no Estado contra 442 do mesmo período do ano passado, uma variação de 61%.
Já nos balneários de água doce, os óbitos já chegam a 60 – dois deles considerados afogamentos presenciados, casos em que houve uma tentativa de resgate pelo Corpo de Bombeiros. Os demais 58 aconteceram em locais sem a presença de guarda-vidas.
Segundo o tenente-coronel Isandré Antunes, que chefia a Operação Verão do Corpo de Bombeiros, o número, no entanto, pode ser maior. Em alguns casos, os bombeiros não chegam a ser acionados e a ocorrência não entra para a contabilidade da corporação. Em toda a temporada passada foram 63 mortes por afogamento nas também chamadas águas internas.
Para o tenente-coronel, o aumento de casos de afogamentos e salvamentos está relacionado a pelo menos dois fatores: a maior quantidade de dias de sol, calor e mar atrativo na temporada, o que faz aumentar o número de veranistas; e o crescimento no número de turistas em relação ao ano passado, reflexo da pandemia.
Com mais pessoas circulando nestes locais, há, consequentemente, um incremento nas ações preventivas. Na temporada passada, foram realizadas 220 mil. Na temporada atual, são 290 mil.
— Superamos as 290 mil prevenções. Isso é um indicativo do comportamento das pessoas. Quanto maior o número de alertas, significa que há mais exposição e mais risco no comportamento das pessoas — afirma Antunes.
PERFIL DAS VÍTIMAS
A alta nos salvamentos é registrada entre banhistas mais jovens, na faixa de 14 a 29 anos. Entretanto, de acordo com Antunes, os óbitos no litoral são, em sua maioria, de pessoas acima de 40 anos.
— O indicativo é de que os mais velhos estão morrendo afogados, e os mais jovens, pela condição que apresentam, são salvos. No Litoral Norte, a maioria das mortes são em afogamentos secundários, quando é decorrente de outro evento principal, como um mal súbito ou um desmaio. Nos demais locais, o principal fator é a combinação entre imprudência e ingestão de álcool — analisa o tenente-coronel.
A Operação Verão segue com o efetivo completo no litoral de quase mil bombeiros, até o dia 28 de fevereiro. Mas a presença de guarda-vidas, com efetivo reduzido, permanece até o final de março. São 293 pontos de salvamento espalhados pelo Rio Grande do Sul.