A prefeitura de Torres, no litoral norte do Estado, identificou hoje qual o tipo de inseto que infestou a praia da cidade e espantou veranistas no último domingo (5). As revoadas que tomaram as faixas de areia eram de tripes, conhecidos como pragas que geralmente atacam lavouras como as de soja e milho, mas que não trazem riscos à saúde humana, informou a Vigilância Ambiental do município.
— Eles são inofensivos para nós e se alimentam de plantas, seivas, néctar e pólen, então geralmente vivem nesses ambientes rurais — explica o biólogo Lasier França, diretor da Vigilância em Saúde da prefeitura de Torres.
A infestação intrigou França, que afirma que o fenômeno é uma novidade no litoral gaúcho e pode ter sido causado por algum desequilíbrio ambiental, o que requer investigação. A detecção do tipo do inseto foi realizada por meio de amostras enviadas ao Laboratório Central do Estado (Lacen/RS), mas ainda falta identificar a espécie do tripe e por que as faixas de areia foram atingidas pelas revoadas do animal.
A suspeita inicial é que o inseto seja nativo do Rio Grande do Sul e tenha sido levado à praia por causa da baixa umidade, aliada à estiagem do Estado e ao vento que atingiu o litoral no domingo.
— Eles vivem em ambiente rural, podiam estar à procura de uma área mais úmida e o vento forte os propagou, mas isso são hipóteses. Não podemos afirmar com certeza — diz França, que ressalta que há culturas de tomate, maracujá e milho na região, que podem ser o habitat natural dos tripes que infestaram a praia da cidade.
Como a revoada dos tripes aconteceu de forma repentina e não se repetiu, a prefeitura não planeja, por enquanto, uma nova ação além da da identificação do animal.