Os encontros entre veranistas e águas-vivas tem sido mais frequentes no litoral gaúcho. Até a noite de quinta-feira (12) foram 12.345 queimaduras registradas pelo Corpo de Bombeiros. O número é contabilizado desde o início da Operação Verão Total RS, em 17 de dezembro. O aumento é de 24% em relação ao mesmo período da temporada passada, entre 2021 e 2022. Na época, foram 9.961 casos registrados.
De acordo com o chefe de operações do Corpo de Bombeiros, o tenente-coronel Isandré Antunes, o aumento se dá por conta da maior presença de banhistas e também do tempo prolongado que eles passam dentro do mar. Ele explica que o veraneio atual tem apresentado mais dias balneáveis, isto é, com melhores condições de banho.
— O aumento de casos se deve, especialmente, ao modo como ocorreram o nosso Natal e o nosso Ano-Novo, por exemplo, em que não houve feriados. Os períodos de lazer foram encurtados. Então, as pessoas queriam aproveitar mais e ficavam mais tempo dentro da água — acrescenta Antunes.
Os veranistas precisam ficar atentos às bandeiras roxas instaladas na praia pelos guarda-vidas. Os equipamentos indicam os locais onde aconteceram queimaduras de água-viva recentemente. Ao sentir qualquer tipo de ardência no corpo, é recomendado sair da água imediatamente e procurar um guarda-vida. Conforme o tenente-coronel Isandré Antunes, os profissionais estão capacitados para fazer o atendimento e tratar a queimadura.
Dor, febre e náuseas
De acordo como o biólogo Jeferson França, que também é sargento do Corpo de Bombeiros Militar de Torres, essas são as principais consequências das queimaduras de água-viva. Ele explica que, no litoral gaúcho, as espécies mais avistadas são as medusas e as caravelas. Ambas têm características diferentes. Enquanto as medusas são mais transparentes, as caravelas possuem tons azulados.
Para começar a tratar a queimadura, a primeira orientação de França é retirar o tentáculo do animal que fica sobre a pele. É ali que está a toxina prejudicial à saúde:
— Quanto mais rápido for retirado, melhor. É naquele tentáculo que ficam as células que carregam a toxina. Também se orienta que o local seja lavado com água do mar, pois a água doce faz eclodirem as células com toxinas, que não conseguimos ver a olho nu. Depois, aplica-se uma solução de vinagre e água.
Cuidados ao entrar no mar
- Quanto tiver sensação de ardência em qualquer parte do corpo, saia da água imediatamente
- Procure a guarita do guarda-vidas. Ele vai higienizar a lesão com vinagre e água, diminuindo a dor e a propagação da toxina
- Levar vinagre para a praia para ser utilizado em caso de queimaduras
O que não fazer
- Colocar água doce ou água da torneira
- Colocar produtos como pomadas e cremes, sem orientação profissional adequada
*Fonte: Corpo de Bombeiros do RS