O estado de conservação dos reservatórios de água do litoral gaúcho vem preocupando moradores e veranistas, que observam diariamente a ferrugem nos canos e outros danos nas estruturas da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). Apesar dos problemas constatados em diferentes municípios da região, a empresa garante a potabilidade da água e a segurança de todas as instalações.
Na primeira semana de janeiro, a reportagem de GZH percorreu duas cidades do Litoral Norte para verificar a conservação de algumas caixas d’água. Em Tramandaí, um dos reservatórios está com os canos bastante enferrujados e sua estrutura externa também apresenta marcas do tempo, seja no concreto de sustentação ou na pintura.
Em Imbé, a mesma situação é observada em outra caixa d’água. Nela, além dos canos enferrujados e da aparente falta de manutenção externa, é possível observar inclusive a vegetação tomando conta de uma das escadas de acesso ao reservatório. Já em Tramandaí Sul, uma grande estrutura sem canos visíveis (ao contrário das anteriores) foi alvo de pichações.
Em nota, a Corsan informou que a regional do Litoral “possui um programa de manutenção de estruturas hidráulicas no qual mantém relatórios atualizados de todas as estruturas, incluindo os reservatórios”. Esses documentos são elaborados anualmente, em conjunto com a limpeza periódica das caixas d’água, o que também permite que os profissionais verifiquem as condições internas das estruturas.
De acordo com a companhia, o último relatório foi elaborado em outubro do ano passado. A Corsan explica que esses documentos são analisados e acompanhados pela responsável técnica e pela engenheira civil que atuam na região e afirmam que, “apesar de algumas estruturas apresentarem algum tipo de degradação e corrosão, não há riscos de colapso das mesmas, sendo assegurada a potabilidade da água”.
Questionada sobre a manutenção dos reservatórios, a companhia destacou que esse processo vem sendo realizado por meio de um contrato específico para tal, que teve início em novembro de 2022, com prazo de vigência de dois anos. Mesmo com a privatização, não está previsto que este contrato seja alterado, o que significa que o cronograma será mantido, garante a Corsan.
Problemas em Tramandaí e Imbé
A nota da companhia também dá detalhes sobre o cenário das duas cidades visitadas pela reportagem de GZH: Imbé possui seis caixas d’água elevadas, sendo que em duas delas já foram realizados os trabalhos da série iniciada em novembro. No reservatório REL-07, em Mariluz, foi realizada manutenção interna e externa, e no REL-09, em Albatroz, apenas interna até o momento. Segundo a Corsan, a empresa contratada está trabalhando no projeto da recuperação externa, que tem início previsto para fevereiro deste ano.
Tramandaí, por sua vez, conta com 11 caixas d’água elevadas e a manutenção já foi realizada em três delas: REL-01, junto à Unidade de Saneamento do município; REL-02, na Rua Santos Dumont; e REL-08, na Rua das Camélias. A companhia ressalta que os serviços estão sendo efetuados conforme a disponibilidade operacional das estruturas, uma vez que não é possível realizar alguns trabalhos estruturais internos na época de veraneio.
O cronograma da Corsan prevê a conclusão da manutenção dos reservatórios de Imbé e Tramandaí para junho de 2023. A companhia ainda enfatiza que, no final do ano passado, 155 reservatórios distribuídos em toda a região litorânea tiveram sua limpeza concluída, “buscando garantir o armazenamento e a distribuição da água adequados à população”. Além disso, reitera que “os sinais de degradação e corrosão que se notam não trazem nenhum risco às estruturas e nem à qualidade da água.”
Altura dos reservatórios
De acordo com a Corsan, a altura dos reservatórios está diretamente relacionada à carga hidráulica necessária para disponibilizar pressão adequada na rede de distribuição e o litoral gaúcho tem característica de região geográfica plana. É por este motivo que as caixas d’água instaladas nas cidades litorâneas precisam ser mais elevadas.