Mesmo com o decreto que prevê a interdição da faixa de areia de todas as praias e balneários do Estado a partir do fim da tarde desta segunda-feira (1º), com o objetivo de evitar aglomerações devido a festas religiosas no feriado de terça-feira (2), banhistas e fiéis não encontrarão, na prática, restrição física. Seis prefeituras consultadas por GZH não preveem bloquear fisicamente o acesso à orla.
Pelo decreto do governo do Estado, a faixa de areia estará interditada a partir das 18h desta segunda-feira até as 8h de terça-feira. O objetivo é evitar a formação de grupos que se reúnem para as celebrações em homenagem a Nossa Senhora dos Navegantes e Iemanjá.
Em Cidreira, onde a imagem da santa costuma reunir grande número de pessoas no terminal turístico, a prefeitura informou que vai contar com o efetivo da Brigada Militar (BM) para fazer a fiscalização com mais força. O Executivo alega que possui um número pequeno de fiscais e que, por isso, o efetivo policial é necessário.
Da mesma forma, a prefeitura de Tramandaí afirma ser “impossível” bloquear toda a faixa de areia. Por isso, a Guarda Municipal vai auxiliar a BM na orientação aos fiéis.
As prefeituras de Capão da Canoa, Balneário Pinhal e Imbé também não preveem barreira física no acesso à orla. As duas primeiras dizem que fiscais municipais vão auxiliar a BM na fiscalização e orientação, enquanto a prefeitura de Imbé diz informa que a Guarda Municipal só irá agir se houver solicitação dos policiais militares.
O prefeito de Torres, Carlos Souza, calcula que uma barreira física teria de abranger mais de 10 quilômetros de extensão. Na cidade, os principais centros religiosos já foram comunicados da proibição das festas:
— Temos a Guarda Municipal, além de fiscais e a Brigada Militar, que estarão fazendo patrulhas na areia. Se houver alguma festa com aglomeração, vamos dispersar. Mas, a princípio, será tranquilo, com manifestações pessoais. Nós vamos focar é na aglomeração.
Contenção sanitária
O comandante do policiamento no Litoral Norte, coronel Marcel Vieira Nery, diz que a BM fará bloqueios de trânsito nas proximidades dos locais onde há imagens e, consequentemente, reunião de pessoas. Os bloqueios, no entanto, serão os mesmos feitos em outros anos, e permitem a passagem de pessoas.
— Não é essa a intenção (de uma barreira física proibindo o acesso à orla). É uma contenção sanitária. A ideia é orientar pessoas para que não se reúnam em grandes grupos. Vamos orientar, acompanhar e, eventualmente, prender, se houver delito — explica.