Uma mulher ficou presa na correnteza do mar em Capão da Canoa, nas proximidades da guarita 77, na tarde de 8 de janeiro. Já desesperada, ela não conseguia voltar para a orla, e os guarda-vidas usaram um jet ski para se aproximar. A mulher foi colocada na prancha acoplada ao veículo, carregada até a faixa de areia e reanimada.
Registrado pelo repórter Vitor Rosa, o resgate foi uma das 23 ocorrências desde dezembro com o auxílio de motos aquáticas no litoral gaúcho, segundo dados da Operação Verão. Os veículos são uma novidade no Rio Grande do Sul: no verão passado, foram adquiridos 10, e, de lá para cá, mais cinco.
O major Isandre Antunes, chefe de Operações do Corpo de Bombeiros, lembra que, em 1993, houve uma primeira experiência com motos aquáticas, mas desde 2005 os guarda-vidas não contavam com esse reforço. O investimento foi de aproximadamente R$ 1 milhão.
Na barra do Rio Tramandaí, ele aponta para o canal, perto da foz, e explica:
— Se, para chegar em uma vítima ali, o meu melhor guarda-vida leva um minuto, com a moto aquática dá para chegar em 10 segundos. O acesso rápido e a retirada rápida ajudam muito nos salvamentos.
As motos aquáticas também são usadas no patrulhamento preventivo na água, fazendo uma “linha de banho”, um cordão imaginário do qual não permite que os banhistas passem.
Os veículos ficam, normalmente, nas guaritas centrais. São deixados, aos finais de semana, na parte rasa da orla para que não se perca tempo na hora do resgate — em razão do peso, são necessários dois guarda-vidas para arrastá-lo pela areia até o ponto.
Diferentemente dos guarda-vidas, que entram nadando no mar, os pilotos usam capacete e colete. No Litoral Norte há, hoje, 28 habilitados para fazer o resgate com a moto aquática, e mais 24 estão se habilitando.
— Eu que acompanho há 30 anos os resgates no Rio Grande do Sul, tenho uma sensação de conquista vendo eles serem empregados e dando resultados — celebra o major Antunes.