O horário de verão é adotado de modo uniforme por países da União Europeia desde 2002. O objetivo, assim como era no Brasil, recaía sobre a economia de energia. Mas esse cenário deve mudar até 2021, quando a alteração deve ser abolida do calendário do bloco. O mesmo já foi feito neste ano em território brasileiro, a partir de decreto do presidente Jair Bolsonaro, assinado em abril.
A decisão na União Europeia foi tomada pelo Parlamento Europeu, que votou a questão no final de março deste ano. Com 410 parlamentares a favor e 192 contra (51 se abstiveram), ficou determinado que 2021 será o último ano em que os europeus precisarão mudar os relógios duas vezes por ano. O tópico entrou em questão depois que uma pesquisa mostrou que uma ampla maioria (mais de 80% dos europeus) queria a abolição do horário de verão.
Um dos principais argumentos contidos no relatório parlamentar é de que já há estudos suficientes mostrando que doenças podem ser associadas a mudanças nos ciclos biológicos. A economia de energia já não é mais considerada relevante a ponto de superar os efeitos colaterais à saúde dos indivíduos.
— Como vemos, já é um processo a nível mundial, para evitar as mudanças no ritmo biológico — ressalta o neurologista Geraldo Rizzo, que coordena o Núcleo de Distúrbios do Sono do Hospital Moinhos de Vento.