O número de lesões causadas por águas-vivas no litoral do Rio Grande do Sul subiu para 26.218, segundo o Corpo de Bombeiros. Os dados, divulgados nesta segunda-feira (30), foram contabilizados entre os dias 21 e 29 de dezembro. Até a tarde de domingo (29), o balanço parcial indicava 18.533 casos.
Na Operação Verão do ano passado, entre os dias 15 e 29 de dezembro, foram contabilizados 6.611 ferimentos causados pelo animal — quase quatro vezes menos em relação ao registrado neste ano.
Chefe de Operações e Defesa Civil do Corpo de Bombeiros, o major Isandré Antunes afirma que diversos fatores, como a mudança abrupta de temperatura da água e na corrente no mar, contribuem para o elevado número de casos. O tempo bom que atinge o Estado na maior parte de dezembro também cria condições para que mais pessoas tomem banho de mar e, consequentemente, estejam mais expostas ao animal, lembra o major.
Até o momento, os bombeiros já utilizaram cerca de 840 litros de vinagre no combate aos ferimentos causados pelas águas-vivas, praticamente esgotando o estoque atual. Antunes afirma que uma nova compra do produto deve ocorrer apenas após o feriadão de Ano-Novo.
— O pessoal que vai para a beira da praia deve incluir em seu kit, além do protetor solar, do guarda-sol e da cadeira, o vinagre. E é importante que seja em um recipiente com borrifador, pois isso evita que o produto seja esfregado no ferimento, aumentando a área da queimadura.
Basta uma rápida parada ao lado de guaritas de praias, como as de Tramandaí e Imbé, para avistar algum caso de pais carregando crianças até os guarda-vidas, questionando se os profissionais têm vinagre para auxiliar nos primeiros socorros. Em casos mais graves, como quando a vítima apresenta febre, o recomendado é procurar atendimento médico o mais rápido possível.
Em caso de queimadura
- Não esfregue o local queimado.
- Cobrindo os dedos com uma camiseta ou toalha, retire os eventuais tentáculos que ficarem grudados à pele. Um palito de picolé também pode ser útil.
- Lave o local com água do mar ou mineral. Jamais utilize água doce (da pia ou do chuveiro, por exemplo).
- Procure a guarita de guarda-vidas mais próxima para aplicar vinagre, o que proporciona o alívio da dor.
- Depois de meia hora, um banho morno é benéfico.
- Se o paciente tiver febre, pode tomar um antitérmico. Algumas pessoas desenvolvem reação alérgica, com vermelhidão, prurido e coceira. Antialérgicos e analgésicos também podem ser necessários.
- Pomadas com neomicina e cremes hidratantes são indicados. Os melhores hidratantes são aqueles com a menor quantidade de produtos químicos - quanto mais água na fórmula, melhor.
- Quando a queimadura for muito extensa e se o quadro geral do paciente for ruim, busque atendimento médico.
- Se o banhista for queimado nos olhos, é preciso procurar um pronto-atendimento com urgência em busca da avaliação de um especialista.