Céu aberto, calor e... vento! Quem costuma passar o verão – e outras estações do ano – em Florianópolis sabe que ele raramente dá trégua nas praias da Ilha de Santa Catarina. Por isso, na hora de escolher o local ideal para curtir o dia, é importante levar em conta a sabedoria manezinha e ficar ligado na direção do vento para encontrar as melhores opções e evitar situações como o guarda-sol voando ou ficar empanado de areia.
Diversos aplicativos e sites da internet oferecem o serviço de previsão e condições do vento na Capital catarinense, mas há uma dica fácil para descobrir qual a direção predominante sem precisar da tecnologia. Basta olhar em direção ao sol pela manhã e esticar os dois braços para sentir de onde vem o vento. Na frente estará o lado Leste, nas costas, o Oeste, o braço direito apontará para o Sul e o esquerdo, para o Norte.
Ao longo do verão, o vento mais comum em Floripa é o Nordeste, que sopra vindo de Nordeste em direção ao Sudoeste. É claro que o vento Sul – aquele que sopra do Sul em direção ao Norte – também dá as caras entre dezembro e março, por isso é importante prestar atenção na direção do vento antes de sair de casa.
— No verão, predomina o vento Nordeste, ainda que haja dias de vento Sul ou Sudeste. Mesmo assim, a Ilha (de Santa Catarina) tem soluções para quem quiser procurar abrigo do vento — afirma o meteorologista da Epagri/Ciram, órgão oficial de previsão do tempo em SC, e velejador Clóvis Corrêa, de 61 anos.
O senso comum indica, com uma boa dose de razão, que as praias do norte da Ilha são mais protegidas do vento Sul e que as praias do sul da Ilha são mais protegidas do vento Nordeste. Essa é uma boa dica, mas não serve para todos os balneários, já que eles têm diferentes orientações geográficas.
— O vento Nordeste deixa as praias do norte da Ilha mais agitadas. Canasvieiras, por exemplo, fica bem protegida do vento Sul. De maneira geral, onde há costões de pedra, é possível encontrar essas "sombras" de vento. Já as praias mais abertas para o mar sofrem influência tanto do vento Sul quanto do Nordeste. Se vier de Leste, apenas a orla virada para o continente escapa de sua influência direta — explica Corrêa.
Todas essas dicas são preciosas, mas vale lembrar que não existe uma redoma em volta das praias de Florianópolis. Portanto, mesmo que elas fiquem mais protegidas do vento – dependendo da direção e orientação geográfica –, ainda poderão sofrer sua influência e muita areia e chapéus podem voar.
Confira sugestões de praias pelos tipos de vento
Vento Nordeste
Predominante em Florianópolis durante o verão, é o mais quente, e não chega a aliviar o calor. No norte da Ilha, a dica é ir para Ponta das Canas, já que ali a praia é virada para Sudoeste, ou para Jurerê Tradicional, próximo à encosta que faz a divisa com Canasvieiras.
Como o vento sopra do Nordeste, no leste e no sul da Ilha, a dica é ficar próximo aos costões do lado esquerdo da praia (de quem olha para o mar), já que ali a encosta bloqueia o vento. O canto da Praia da Joaquina, da Caldeira (Armação) e a Praia do Pântano do Sul são as mais protegidas.
Vento Sul
O vento do quadrante Sul vem praticamente do lado oposto do Nordeste. Por isso, é indicado procurar por praias com orientação geográfica oposta. No norte da Ilha, por exemplo, quase todas as praias são protegidas. As exceções são Santinho e Moçambique, que podem sofrer a influência mais ativa do vento Sul. No leste e sul da Ilha, o mais recomendado é procurar os cantos direitos das praias, já que as encostas fazem uma barreira natural do vento. Boas dicas são as praias Barra da Lagoa, Matadeiro e Armação.
"Sombra de vento permanente"
Poucos lugares na Ilha de SC são imunes aos dois tipos de vento. A principal delas é a praia da Lagoinha do Leste, que fica no sul da Ilha, entre as praias do Matadeiro e do Pântano do Sul. Para chegar lá, há duas opções de trilhas. No lado oeste da Ilha, também é fácil de encontrar proteção do vento, independentemente se sua direção é Sul ou Nordeste.
— As praias de dentro, que ficam entre o Continente e a Ilha, quase todas são mais protegidas, como Ribeirão da Ilha ou Santo Antônio de Lisboa — afirma Clóvis Corrêa.