Moradores e turistas que frequentam a Praia de Canasvieiras, no Norte da Ilha, estavam preocupados com o mau cheiro vindo do Rio do Bráz (que deságua no mar), na manhã deste sábado. Um banco de areia que impedia a entrada da água na praia foi retirado na quinta-feira (18) pela comunidade por causa dos alagamentos.
Alguns moradores relataram que o banco de areia se forma naturalmente, mas que pela força d'água é normal que deságue no mar. O problema, na avaliação deles, não é o encontro do rio com o mar e sim o esgoto que pode estar sendo despejado no rio, uma vez que o odor tem sido perceptível.
— Pelo cheiro a gente acha que tem esgoto aí, não dá para pisar nessa água, eu não tenho coragem — disse um morador de 52 anos.
Uma turista de Brasília arriscou a atravessar pela parte mais rasa, perto da areia da praia, mas não tem certeza se a água é tratada.
— Fui para o outro lado tomar banho porque lá a água do mar está mais limpa, só que dá receio de passar pelo rio — comentou Tatiana Ximendes, de 44 anos.
O casal de turistas gaúchos Raul Schultz, 56, e Dolores Estrasulas, 50, que costuma veranear na Ilha, preferiu não visitar a praia vizinha, pois estava sentindo o mau cheiro a uma longa distância.
— Aquele esgoto ali está estranho, a água está com cheiro ruim. Nós caminhamos até lá e não atravessamos, hoje nem tentamos — disse Schultz.
Os banhistas ouvidos pelo DC também não encontraram placas que indicassem falta de balneabilidade na praia. Segundo a Fundação do Meio Ambiente (Fatma), havia sinalização e o único ponto próprio para banho no trecho é na praia de Cachoeira do Bom Jesus.
O superintendente de Habitação e Saneamento da prefeitura, Lucas Arruda, disse ao DC que a barreira de areira retirada por moradores havia se formado naturalmente ao longo dos últimos dois anos e considerou o ato ilegal. Ele acredita que a barreira deve se formar naturalmente nos próximos dias.
— O rio já está trabalhando sobre a influência da maré, o que a comunidade fez não teve resultado, já havia desaguado a água daquela região. Estamos fazendo análise e monitoramento. Porém, depois que abre um rio para a praia, sempre há problema de balneabilidade — ressaltou Arruda.
A Fatma disse, por meio da assessoria, que o monitoramento é mensal e que o órgão não foi acionado após a abertura do rio. No entanto, reforça que o local não é próprio para banho.
Leia mais