Um letreiro gigante com o nome do município virou atração em Capão da Canoa nesta temporada. Com letras de um metro e meio de altura, a estrutura feita em fibra de vidro é um dos cenários mais requisitados para fotos.
Uma turma de amigos de Itaara e Restinga Seca tentou fazê-lo caber em uma selfie, mas não teve jeito. A solução foi apelar para um método mais antigo de registrar o momento: pediram para um frequentador da praia tirar a foto com o smartphone.
— (Letreiro) Assim eu nunca tinha visto. É um destaque — opina Jucimari Medianeira de Oliveira, 33 anos, reservando as fotos para as redes sociais.
Esta é uma das novidades da orla, que, revitalizada desde 2016, vira cenário para diversas atividades. Em qualquer momento do dia tem gente fazendo caminhada, praticando esporte, ouvindo música ou apenas assistindo ao movimento com um copo de caipira, uma água de coco ou o tradicional chimarrão na mão. Quando o chafariz é ativado, a criançada se anima. A brincadeira é passar correndo entre os jatos de água que saem do chão.
O técnico contábil Maurício Alves de Almeida, 39 anos, levou o filho para jogar bola no calçadão logo depois que chegaram à praia, na sexta-feira (29). A família de Porto Alegre curtiu o ambiente e voltou com raquetes de frescobol. Nem sujaram o pé na areia naquela tarde.
"Tá muito top", diz a dona da calopsita Pira
Outra veranista que trocou o mar pelo calçadão foi Nicole Gomes, 23, desanimada com o chocolatão e o vento na areia. Se o desfile de cachorros na coleira já era esperado, a estudante de Canoas também levou seu pet — mais inusitado — para o ambiente. A calopsita Pira, criada solta, ficou no ombro de Nicole durante o passeio.
— Eu não vim no verão passado, então, desta vez, foi uma surpresa quando cheguei e vi a orla bonita. Tá muito top — comenta.
Enquanto a gurizada joga basquete — no sábado, havia rodízio de equipes na quadra, tamanha a demanda —, a velha guarda prefere o bolão, esporte tradicional da praia. Francisco Vladimir da Silva, 52 anos, comerciante de Gravataí, assistiu por um tempo junto à cerca e, mesmo sem conhecer os frequentadores, foi convidado a jogar.
— Fazia uns 10 anos que não jogava — relatou, prometendo se redimir dos dois primeiros lances, não tão satisfatórios.
Outra estrutura muito utilizada é a ciclovia. Maria de Fátima Skrebsky, farmacêutica de Santa Maria, anda de bicicleta de manhã e à tarde, para exercitar o corpo e se locomover também — diferentemente do que ocorre em sua cidade, quase não usa o carro em Capão:
— Eu espero o ano inteiro por isso. Gasto as energias aqui.
Outras novidades do calçadão
- Arborização
Antes do verão, a prefeitura de Capão da Canoa também trabalhou na arborização da orla. Foram utilizadas cerca de 130 palmeiras e mil arbustos, de diversas espécies, como alecrim australiano, hibiscos e cica.
- Empréstimo de bicicletas
Junto ao calçadão, a Secretaria de Turismo instalou a Casa do Turista, onde é possível buscar informações e também emprestar bicicletas. Deixando um documento com RG e CPF, é possível andar de bike durante 30 minutos, gratuitamente.
- Wi-fi à beira mar
A prefeitura liberou sinal de wi-fi grátis na beira-mar, entre o Largo do Baronda e a cancha de bocha. Para utilizar o serviço, é preciso conectar-se com a rede "Capao_Digital" e, logo após, cadastrar-se no sistema de dados. É enviado um SMS com o código de confirmação.
- Ao vivo pela internet
Também foram instaladas sete câmeras de videomonitoramento ao longo da beira-mar. É possível observar o movimento na orla do município neste site.
A cuidar
Ao longo do calçadão, há pontos com pedras soltas. Por meio de assessoria de imprensa, a prefeitura de Capão da Canoa informa que é comum acontecer, em razão do grande fluxo de pessoas, e que "frequentemente realiza reparos". O calçamento junto ao letreiro também não foi finalizado — a previsão de entrega é 15 de janeiro.
