Nas praias de Atlântida Sul e Mariápolis, em Osório, os salva-vidas estão de casa nova. O modelo de guarita adotado na região colocou em prática diversas sugestões apresentadas pelos próprios profissionais que trazem uma série de vantagens sobre o formato mais comum no Litoral Norte, em forma de pirâmide.
As novas guaritas são pequenas casinhas quadradas sustentadas por pilares e rodeadas por uma varanda suspensa e protegida por parapeito. A cobertura deixa um espaço vazio entre o telhado e as paredes, a fim de permitir maior circulação de ar e refrescar a temperatura no interior da estrutura.
– As janelas com vidro dão proteção contra a chuva ou o vento sem tirar a visibilidade, e a varanda permite circular e aquecer um pouco os músculos das pernas. Isso diminui o risco de uma lesão muscular ao pular da guarita para fazer um salvamento – avalia o sargento Lucas Ribeiro Pereira, 42 anos, 14 deles atuando como salva-vidas.
Até o momento, segundo o diretor de Turismo de Osório, Antônio Marculan, foram instalados quatro abrigos a um custo aproximado de R$ 10 mil cada, mediante acordo entre a prefeitura e uma empresa – a fabricante de queijo ralado Kunzler. Graças à Lei de Adoção do Espaço Público, a iniciativa privada pode financiar um bem público em troca da permissão de utilizá-lo para divulgar sua marca.
Outras duas guaritas – cuja montagem é responsabilidade dos municípios – ainda poderão ser instaladas se houver maior disponibilidade de efetivo.
– Como as guaritas anteriores foram danificadas pela grande ressaca que houve no ano passado, aproveitamos para reconstruí-las seguindo um projeto apresentado pelos próprios bombeiros – conta Marculan.
Veranistas aprovam o projeto-piloto
A novidade também angariou adeptos entre os veranistas. Jaqueline Cabral da Silva, 48 anos, moradora de São Leopoldo e frequentadora de Atlântida Sul há mais de uma década, achou o novo modelo bonito e funcional:
– Facilita a visão dos salva-vidas para os lados e oferece mais espaço para eles. Só falta colocar a numeração.Também veranista, a moradora da Capital Denise Lagranha, 44 anos, preocupa-se apenas com a durabilidade das novas casas.
– Acredito que os modelos de concreto teriam mais durabilidade – observa Denise.
A prefeitura informa que os abrigos foram projetados para serem desmontados ao final da temporada e remontados no veraneio seguinte, reduzindo sua deterioração. Também contam com madeira tratada para resistir melhor às intempéries. O comando do Corpo de Bombeiros sustenta que a iniciativa é um projeto-piloto e será avaliado ao final da temporada.
– Uma das sugestões que faremos é posicionar a porta de entrada na guarita mais para trás, a fim de facilitar ainda mais o campo de visão – afirma o sargento Lucas Pereira.
AS INOVAÇÕES DO ABRIGO
- O espaço aberto entre o teto e as paredes facilita a circulação de ar e reduz o calor interno;
- A abertura de janelas de frente para o mar e nas paredes laterais facilita a observação da praia a partir de um ângulo mais amplo;
- A varanda permite o deslocamento dos salva-vidas, o que facilita a observação, a circulação e a prática de exercícios e alongamentos;
- O parapeito ao redor da varanda previne quedas acidentais dos salva-vidas;
- As janelas contam com vidros de correr, que podem ser fechados para proteger os salva-vidas de chuva ou vento sem tirar a visibilidade.