O 13 de junho foi de mobilização de fiéis em Porto Alegre para comemorar o Dia de Santo Antônio, celebrado nesta data. Parte das atividades se concentrou na Paróquia Santo Antônio, no bairro Partenon. Do local, durante a manhã, partiu a primeira procissão do dia: os fiéis percorreram casas e escolas do bairro. À noite ocorreu o encerramento das comemorações com a procissão luminosa.
Segundo a organização, cerca de 2,8 mil pessoas participaram da caminhada durante a manhã. Dentro da igreja, o comerciante Roberto Fagherazzi, 58 anos, segurava um buquê de flores brancas e amarelas para depositar na imagem do padroeiro.
— Agradecimento pela saúde e pela vida — resumiu o morador da Vila Nova, que presta homenagens a Santo Antônio desde 1986.
A programação do dia festivo teve missas de hora em hora na igreja. Ao longo da terça, os organizadores do evento fizeram a tradicional distribuição de pães, que causou filas no pátio do templo católico.
Um casal de Viamão recém tinha pegado as unidades, por volta das 19h, quando conversou com a reportagem. Fabiane Azambuja, 48 anos, contou que virou devota do santo ainda na infância.
— Sempre fui uma criança doente. Minha avó é umbandista também e me levava junto (aos terreiros). Eu acabei gostando, acreditando, confiando e me curei. Desde então nunca mais tive asma. Isso tudo me levou a ter fé e acreditar muito, tanto na matriz africana quanto no catolicismo — diz a podóloga.
Outro motivo liga o casal de Viamão ao santo: foi ali na paróquia onde estavam que os dois se casaram em 1998.
— Acompanho minha esposa sempre que posso, mas ela é a mais religiosa de nós dois: tem uma imagem do Santo Antônio em casa. Toda segunda-feira, religiosamente, acende uma vela, reza por toda a família. Acabei entrando no clima — conta Elton Luis de Souza, 54 anos, corretor de imóveis.
O local também teve venda de itens religiosos e um chá com doces no salão da paróquia.
Ao encerrar a celebração religiosa, a procissão luminosa reuniu ao menos 2 mil pessoas participantes na caminhada que partiu da paróquia, seguiu por ruas próximas e foi concluída no mesmo ponto de início. Um carro de som foi utilizado pela organização para guiar os fiéis no deslocamento pelo bairro.
Os participantes portavam velas acesas que eram protegidas do vento por garrafas pets cortadas ao meio. Uma delas era Elaine Schneider, 61 anos, que há mais de quatro décadas é devota de Santo Antônio.
— Ele me ajuda todos os dias, está sempre comigo: é como uma mãe, um irmão, um pai. É uma pessoa muito próxima em tudo. Se pedir, ele te alcança aquilo que você quer. Eu queria muito ter uma casa e não conseguia. Então pedi a ele e, de repente, meu sonho se realizou — diz a fiel, que também participou da organização das atividades na igreja.
Festa também na Cidade Baixa
Na Fundação O Pão dos Pobres, na Cidade Baixa, a festa em homenagem ao padroeiro da instituição foi retomada após três anos sem comemorações, em função da pandemia de covid-19. A programação ofereceu quitutes juninos, como pipoca, pinhão e quentão, almoço, chá, atrações artísticas. Três missas foram celebradas durante a tarde e pães foram distribuídos.
Almoço e chá também foram eventos realizados no local; o valor arrecadado nas ações serão destinados à manutenção dos projetos e da estrutura da instituição, que atende cerca de 1,4 mil crianças e jovens.
O Santuário Santo Antônio do Pão dos Pobres, também na Cidade Baixa, teve quatro missas no dia. À tarde, no salão paroquial da igreja, foi realizado o chá de Santo Antônio. A programação incluiu ainda uma quermesse em frente ao santuário, além de distribuição de pães e venda de produtos artesanais, velas e lembranças.