Erva-mate, leite, coco, açúcar, confeito colorido e creme de avelã Nutella. Essa é a receita de um chimarrão que viralizou nas redes sociais desde a última quarta-feira (24).
O conteúdo foi postado nos perfis de uma loja de cuias e acessórios de Sapiranga, no Vale do Sinos. No TikTok são quase 440 mil visualizações; no Instagram, 456 mil, além de outras contas que divulgaram o vídeo original, que somam mais de 1 milhão de visualizações nessas redes e no Twitter. “Doce mel”, da Xuxa, é trilha sonora que acompanha o preparo da bebida feita por Andressa Babinski, 30 anos, dona da loja.
— O pessoal costumava chamar meu chimarrão de “Nutella”, porque faço bastante decorado, com confeitos coloridos, coloco biscuit em cima. Eu comentava que uma hora realmente faria com Nutella. Foi daí que veio a minha ideia — explica a empreendedora.
Ela acrescenta que há um "embate" entre dois modos de preparo, que é traduzido no alcance das publicações nas redes sociais. O vídeo com mais audiência é o que mostra o modo tradicional de fazer a bebida: apenas com erva-mate e água quente, sem decoração; esse conteúdo teve 958 mil visualizações até o momento. O segundo com mais acessos é uma receita de um mate decorado, que superou 800 mil visitas.
No Tik Tok, são 2,4 mil comentários à postagem que usa o creme de avelã. O tom varia. Há os que prefiram a receita “raiz”, tradicional. “Que o RS te perdoe, moça”, diz a resposta com mais apoios. “Isso é qualquer coisa menos chimarrão", acrescenta outro usuário. Há quem defenda a receita: “Esse deve ter ficado uma delícia”, escreveu uma amante das bebidas doces. “Vocês não conhecem mate doce? Tomava muito quando era criança”, escreveu outra pessoa.
— Teve quem achou que fiz um chimarrão sem noção, mas tem bastante gente que toma mate com leite. Coloquei Nutella só na borda da cuia, não para tomar junto. Fizemos mais para brincar com o pessoal, mas no fim é bem bom. Faria e tomaria de novo — diz Andressa.
A empresária vende cuias e acessórios para chimarrão pela internet e em uma loja física no centro de Sapiranga, com a ajuda do marido e de uma funcionária. Segundo ela, o sucesso do vídeo impulsionou os negócios nos últimos dias. Foram ao menos 2 mil seguidores a mais nas duas redes sociais nas quais o vídeo foi divulgado:
— Não esperava tanta repercussão, que ia dar no que deu. Isso nos ajudou nas vendas, tem bastante mensagem de ontem pra hoje. Recebi muitas ideias de receitas. Talvez eu faça outra só com coco.
Chimarrão ou mate?
Pedro Schwengber, diretor-executivo do instituto Escola do Chimarrão, assistiu ao vídeo feito pela empreendedora gaúcha. Antes de comentar a receita, ele faz um esclarecimento:
— O que se vê (no vídeo) é uma pessoa fazendo mate, não chimarrão, porque mate e chimarrão são sinônimos, mas quando houver adição de açúcar ou outros ingredientes, deixa de ser chimarrão e passa a ser mate doce, principalmente porque está sendo feito com leite.
A única ressalva que Schwengber faz da receita é o cuidado com as calorias dos ingredientes utilizados no vídeo, em especial aos diabéticos. Fora isso, ele se mostrou curioso com a composição.
— Sempre falamos que o chimarrão é democrático. O importante é que as pessoas tomem a seu bel prazer. Não acredito que possa fazer mal: até fiquei curioso para experimentar também — acrescenta.