Um grupo de 14 norte-americanos deu uma volta pelo Beira-Rio na tarde deste sábado (10) para conhecer a história e o interior do estádio dos colorados. Depois, foram passear pela orla do Guaíba. Eles são praticantes de artes marciais e estão em Porto Alegre para um intercâmbio cultural oferecido pela Ong PH Internacional, que já mandou jovens gaúchos para os Estados Unidos.
O programa se chama Sports for Social Change e se alicerça nos esportes para promover transformações sociais. Foi construído pela PH Internacional com apoio do Departamento de Estado Americano, equivalente ao Ministério das Relações Exteriores, em conjunto com o Consulado Geral dos Estados Unidos em Porto Alegre e o governo do Rio Grande do Sul, por meio do RS Seguro. A ideia foi focar em gaúchos e norte-americanos que lutam judô, taekwondo, jiu-jitsu e capoeira para promover uma troca de experiências.
É a primeira vez que esses norte-americanos, alguns adolescentes e outros adultos, estão no Brasil. Eles ficam em Porto Alegre até dia 15, enquanto realizam uma série de atividades e passeios, como idas a comunidades e a centros culturais e esportivos. Segundo Tracy Guion, gerente de programa da Ong Sport for Social Change, o critério para selecionar os participantes americanos era pessoas que, além de lutarem artes marciais, tivessem envolvimento com projetos de impacto nas suas escolas ou comunidades.
— O principal objetivo desse intercâmbio é desenvolver a liderança através do esporte, e as artes marciais têm essa característica de formar líderes — acrescenta ela, que também é americana e está em Porto Alegre.
Já entre os gaúchos, o critério era ser jovem adepto das artes marciais que vivesse em bairros de cidades com altos índices de violência no Rio Grande do Sul - participaram adolescentes de Porto Alegre e Pelotas, por exemplo, que foram indicados pela Central Única das Favelas (Cufa). Eles também nunca tinham viajado aos Estados Unidos. Tiveram sua primeira vez em julho, quando ficaram 15 dias entre Boston e Cape Code, ambas no Estado de Massachussets.
— Além de se entrosarem com os participantes americanos e conhecerem o país, os gaúchos tiveram que elaborar um projeto, que está sendo construído com nossa ajuda. Há um jovem de Pelotas, faixa preta no taekwondo, que está planejando reformar uma quadra de futebol da cidade, além de se programar para dar aulas de taekwondo para crianças carentes da sua comunidade. A verba para a realização desses projetos será destinada pela PH Internacional — diz Elisângela Veiga, que integra a equipe de coordenação do RS Seguro, programa ligado ao gabinete do governador.
Durante o passeio pelo Beira-Rio, os norte-americanos conheceram o gramado, o vestiário e até a sala onde se realizam as coletivas de imprensa. Depois da caminhada pela Orla, iriam comer em uma churrascaria. As outras atividades previstas para os próximos dias incluem um passeio pelo Brique da Redenção, aulas de taekwondo no Centro Estadual de Treinamento Esportivo (CETE), uma ida a Tramandaí, no Litoral Norte, para conhecer o projeto de um jovem gaúcho já contemplado pelo programa e aulas de tênis no WimBelemDon, no Belém Novo, que promove a inclusão social de crianças vulneráveis através do tênis.