As gêmeas siamesas Milena e Sofia, internadas desde o nascimento no Hospital Fêmina, em Porto Alegre, completam dois meses de vida no primeiro dia de 2023 com uma boa notícia – o registro de uma melhora na saúde ao longo da semana. Mesmo assim, ainda precisam de ventilação não invasiva, alimentação por sonda e medidas de conforto.
A família dos bebês mora em São Luiz Gonzaga, na região das Missões, mas, devido à internação, vive temporariamente em uma pensão em Porto Alegre, com despesas custeadas, após decisão judicial, pelo governo do Estado. As gêmeas estão hospitalizadas em estado grave desde o nascimento e aguardam leito na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica do Fêmina.
As gêmeas têm um único tronco e duas cabeças. Uma delas precisa realizar uma importante cirurgia no estômago. A situação da família ganhou repercussão porque exames mostraram que a mãe das recém-nascidas, Lorisete dos Santos, 37 anos, corria risco de morrer durante a gestação e as filhas tinham baixa perspectiva de vida.
Com a notícia, os pais acionaram a Justiça e solicitaram o aborto, com base em laudos médicos. O pedido foi negado pela Justiça de primeiro grau, em São Luiz Gonzaga. A defensoria interpôs Habeas Corpus no Tribunal de Justiça, no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF), mas sem sucesso.