Correção: Diógenes Carvalho de Oliveira morreu aos 79 anos de idade, e não aos 72 como publicado entre 17h32min e 19h40min. O texto já foi corrigido.
min Morreu nesta sexta-feira (28), no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, o economista e sindicalista Diógenes Carvalho de Oliveira, aos 79 anos. Importante figura da política de esquerda no Rio Grande do Sul, ele teve uma broncopneumonia causada por neoplasia. O velório será realizado neste sábado (29), no Salão Nobre do Jardim da Paz, na Capital, das 10h às 16h30min. O corpo deve ser sepultado por volta das 17h.
Nascido em Júlio de Castilhos, na Região Central, Oliveira era filho e neto de maragatos. Na década de 1950, veio a Porto Alegre, então aos 17 anos, onde se associou com o Partido Comunista Brasileiro (PCB). O envolvimento com o ativismo começou com a luta sindical enquanto atuava como bancário nos anos 1960. Ativo militante político, em 1961, participou do Movimento da Legalidade ao lado de Leonel Brizola. Além disso, foi membro de grupos revolucionários que resistiram ao período da ditadura militar no Brasil.
Depois de participar e comandar várias ações contra o regime militar, Oliveira foi preso em fevereiro de 1969, em São Paulo. Passou por várias prisões. Deixou a prisão no começo de 1970, pouco antes da Copa do Mundo do México, banido do Brasil com mais quatro presos políticos.
Exilado, o guerrilheiro esteve por 20 anos fora do país, passando por países como Uruguai, Cuba, México, Bélgica, Chile, Guiné Bissau, Coreia do Norte, Líbia e China Continental.
Em 1979, com a Lei de Anistia, voltou ao Brasil e seguiu contribuindo com as lutas políticas. Participou da construção do Partido dos Trabalhadores (PT) nos anos 1980 e chegou a comandar a Secretaria de Transportes de Porto Alegre na gestão do então prefeito Olívio Dutra, no início da década de 1990.
Nas redes sociais, personalidades como o ex-governador Tarso Genro lamentaram a morte.
"Lutador honrado e incansável, bravo lutador contra os opressores, quadro político da esquerda brasileira e mundial. Descansa em paz, meu amigo", escreveu o ex-governador em sua conta no Twitter.
Líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile também se manifestou pelas redes sociais dizendo ter perdido "um camarada": "Hoje, eu e o Movimento perdemos um grande camarada, o companheiro Diógenes de Oliveira. Nossa solidariedade aos amigos e familiares", lamentou Stédile.
Oliveira deixa dois filhos, Guilherme e Rodrigo.