Nesta segunda-feira, 28 de junho, comemora-se o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. Porém, até chegarmos nessa sigla, muitas outras foram usadas para representar essas comunidades. A inclusão de letras e símbolos, ao longo dos anos, tem um propósito básico: reconhecer populações que são marginalizadas e invisibilizadas.
Primeiramente, é preciso entender que orientação sexual diz respeito a com quem as pessoas se relacionam afetivamente ou sexualmente. A pessoa pode preferir se relacionar com homens, mulheres ou ambos.
O que é bem diferente da identidade de gênero, que trata sobre a forma como o indivíduo expressa o gênero com o qual ele se identifica. Ou seja, uma pessoa categorizada como menina ao nascer, pode se sentir desconfortável com essa identidade e passar a querer se expressar no mundo como homem. Ou ainda não desejar querer se expressar como nenhum dos dois.
Veja as siglas que já foram usadas e o que cada uma representou
GLS
Nos anos 2000, era muito popular fazer uso da sigla GLS (gays, lésbicas e simpatizantes) para se dirigir a essa comunidade. A conjunto de letras contemplava os gays — homens que se sentem atraídos por outros homens — e lésbicas — mulher que tem atração afetiva ou sexual por outra mulher. Já os simpatizantes eram heterossexuais que apoiavam a causa. Por estar um tanto quanto deslocada, essa letra foi até retirada posteriormente, afinal, eles não eram os protagonistas dessa luta.
Guilherme Ferreira, ativista da ONG Somos e professor de Serviço Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), explica que a sigla não tinha cunho político:
— Era uma sigla fortemente usada para identificar pontos de comércio, como bares e festas, e destinos de viagens que eram frequentados por gays e lésbicas. Ela diz muito sobre o seu tempo, porque deixa de fora a comunidade intersexo e transgênero que têm uma história de mobilização mais recente.
GLBT
Em 2008, durante a I Conferência Nacional de Políticas Públicas de Direitos Humanos, é formada a sigla GLBT (gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis). O S, de simpatizantes, sai de cena e entra o B, de bissexuais. Ou seja, indivíduos que se relacionam tanto com homens quanto com mulheres dentro do contexto da orientação sexual.
Já o T, que foi acrescentado, se refere às pessoas transexuais e travestis e está ligado à identidade de gênero. Transexuais são pessoas que não se identificam com o gênero designado no nascimento. Por exemplo, quem nasce com vagina e se identifica como homem é um homem trans.
Ferreira explica que as travestis também transicionaram de gênero, mas que essa população se denomina assim por razões políticas e de resistência:
— Essa é uma identidade latino-americana, originária da nossa região.
LGBT
Na II Conferência Nacional de Políticas Públicas de Direitos Humanos, realizada em 2011, as mulheres lésbicas reivindicaram maior visibilidade. Por isso, as duas primeiras legras foram invertidas e a nomenclatura passou a ser LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis)
LGBTI+
Após a conferência de 2011, não aconteceu outra. Por isso, o termo ainda está em disputa e despontam duas formas de uso. Na nomenclatura LGBTI+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e intersexo), o I representa os intersexuais, pessoas com características sexuais de ambos os sexos, explica o integrante da Somos.
— Ao final da sigla, foi adicionado ainda o símbolo de mais para incluir grupos de outras identidades não nomeadas e que não são contemplados pelo LGBTI — diz Ferreira.
LGBTQIA+
A outra forma que se tem usado é a LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, queer, intersexo e assexuais). Nela, o Q vem da palavra inglesa queer e serve para designar quem transita entre os gêneros feminino e masculino e até mesmo para além dessa binaridade. Por fim, o A diz respeito à orientação sexual. Assexuais são os que não sentem atração sexual ou afetiva por outra pessoa, independentemente de orientação sexual e de identidade de gênero.