Na manhã deste sábado (11), o filósofo e professor Mario Sérgio Cortella falou em entrevista ao SuperSábado, da Rádio Gaúcha, sobre a pandemia, isolamento social, educação e o que esse período pode ensinar à sociedade.
Cortella falou sobre o seu período de quarentena, que soma 118 dias, e o medo da doença, já que o professor de 66 anos integra o grupo de risco.
— Saí quatro vezes junto com a minha esposa de carro. Mas sinto falta de ver outros humanos — conta.
Sobre a polaridade e falta de união em meio à pandemia de coronavírus, Cortella acredita que a sociedade brasileira vem "perdendo uma energia forte", pois não se concentra os esforços naquilo que efetivamente precisa ser combatido.
Citando um de seus livros, Não se desespere, ele falou sobre a importância de manter a calma durante os momentos de turbulência
— Como diziam meus avós, não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe — disse o professor.
Pensando no pós pandemia, Cortella disse acreditar que há possibilidade de tirar algo positivo dessa experiência. Ele citou a solidariedade, a ciência contributiva e a humildade.
— A gente nota agora que há um despreparo da sociedade civil e política para enfrentar crises mais densas. Organizar a estrutura de prevenção será um dos grandes aprendizados.
Cortella que já trabalhou na PUC-SP com teologia disse que a fé e religiosidade podem ajudar quem acredita atravessar esse momento, mas que isso, por si só, não basta.
— Reza e trabalha, faça seu pedido se você tem uma crença, mas não basta rezar e sentar. É preciso rezar e trabalhar, ir atrás — aconselha.