A Guarda Municipal não estava para brincadeiras neste fim de semana. Mais de 30 agentes, acompanhados a distância por PMs, varreram a Orla do Guaíba de norte a sul, desmanchando aglomerações de pessoas. A intenção é prevenir contra a disseminação do coronavírus e evitar que se repitam cenas como a dos dois últimos domingos, quando milhares de pessoas transitaram pela região em grupos, muitas delas sem máscara.
Até um sofisticado drone de última geração foi usado pelos guardas para monitorar aglomerações, mas os agrupamentos de pessoas eram escassos e os fiscais não tiveram muito trabalho. É que o movimento de pessoas diminuiu muito neste domingo (28) por dois motivos: o frio está pouco convidativo a passeios na área ventosa à beira do Guaíba, e Porto Alegre está sob bandeira vermelha em termos de risco para covid-19. Ou seja, o alerta do governo – misturado com veto ao comércio ambulante, um dos maiores atrativos da orla – parece ter funcionado para afastar multidões.
Mesmo com pouca gente, a falta de máscaras ainda é perceptível. Muitos esportistas entrevistados pela reportagem estavam sem o equipamento de proteção e justificam que o rosto coberto dificulta a respiração, quando estão ofegantes. Outras pessoas tiram a máscara para beber ou fumar e se esquecem de recolocar.
Em grupos, os guardas municipais caminhavam do Gasômetro até a Rótula das Cuias, advertindo pessoas a colocarem máscaras e desmanchando pequenos agrupamentos. Ao depararem com duas moças, perguntaram por que estavam juntas. Elas explicaram que moram juntas, o que satisfez os fiscais. Uma outra estava sem máscara e foi repreendida. Ela sacou o equipamento de proteção de um bolso e se justificou:
— Eu estava de máscara, seu guarda. Parei para fumar, mas já vou colocar. Mil desculpas.
Jovens skatistas ouvidos por GaúchaZH foram os mais resistentes a usar o equipamento. Alguns disseram palavrões assim que os guardas saíram de perto. Eles reclamam que máscara incomoda.
Mas, de modo geral, a população reagiu de boa vontade à fiscalização, comemora o Comandante da Guarda Municipal, Marcelo Nascimento.
— Foi tranquilo. Procuramos alertar, conscientizar. Multa, só em último caso, quando alguém teimoso é advertido várias vezes. O ambiente na orla é arejado e ventoso, não muito propício ao vírus, ainda mais em dia de sol. Mas nosso trabalho é evita aglomerações — explica Nascimento, que pede compreensão à população.