O Rio Grande do Sul avançou em saúde e educação, mas não conseguiu alcançar o crescimento na renda. Estes são dados do Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese), apresentado nesta quarta-feira (2) e que traz informações referentes ao ano de 2016. O estudo foi elaborado pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag), e aponta que o Estado elevou 0,34% o Idese, na comparação com 2015, passando de 0,751 para 0,754. O aumento foi puxado pelos bons números da Educação Infantil e dos indicadores de mortalidade.
O Idese avalia a situação socioeconômica dos municípios gaúchos quanto à educação, à renda e à saúde, considerando aspectos quantitativos e qualitativos. A avaliação leva em conta que "0" representa o pior cenário e "1" o padrão de países desenvolvidos.
Desde 2015, com o agravamento da crise econômica, a renda dos gaúchos está em queda. De acordo com a pesquisa, a renda no Estado em 2016 estava no mesmo patamar de 2012, que fechou em 0,730 _ longe do ápice da geração de receita registrada em 2014, que chegou a 0,763. Ao todo, a perda no segmento foi de 0,89% em 2016. Já nos últimos dois anos da série histórica, a retração atingiu 4%.
— Mesmo o Rio Grande do Sul apresentando indicadores que o colocam em um nível médio de desenvolvimento, o Idese nos ajuda a identificar onde é possível melhorar, para onde as políticas públicas precisam de um olhar mais atento — observa a titular da Seplag, Leany Lemos.
Neste ano, o principal desempenho foi na Educação Infantil, que cresceu 11,76% na comparação com a pesquisa anterior, e garantiu o aumento do Idese geral do Estado. De acordo com pesquisador Tomás Pinheiro Fiori, o resultado é medido pelas taxas de matrículas do Censo Escolar confrontadas com as estimativas da população entre quatro e cinco anos. Mesmo com o número positivo, chama a atenção a queda no número de jovens matriculados no Ensino Médio, que caiu 6,37% na comparação com a pesquisa anterior.
— Um dos motivos que apontamos para essa queda é, mais uma vez, a crise econômica. Jovens que deixaram a escola para complementar a renda familiar — cita Fiori.
Segundo o pesquisador, o bom desempenho gaúcho em saúde decorre do fato de que grande parte dos indicadores utilizados se refere à mortalidade, sendo a população do Rio Grande do Sul uma das mais longevas do país. Quando se trata do índice específico de longevidade e mortalidade, os dados apresentam níveis elevados desde o primeiro ano da série, em 2007 (0,840), tendo alcançado 0,869 na estimativa mais recente, de 2016.
Os dados divulgados pelo DEE também mostram a posição de cada cidade do Estado. Carlos Barbosa, na serra, é o município que lidera o ranking geral do índice. Em último lugar, está Alvorada, na Região Metropolitana. No segmento da educação, Picada Café, também na serra, é quem tem o melhor desempenho. Na área da saúde, Nova Roma do Sul, novamente na serra, destaca-se em primeiro. Na renda, Água Santa, no norte do Estado, tem o melhor desempenho.
No topo do ranking
A cidade com mais qualidade de vida em 2016
Carlos Barbosa
*pelo sétimo ano consecutivo
A melhor educação em 2016
Picada Café
*pela sexta vez seguida
A melhor saúde em 2016
Nova Roma do Sul
*pelo terceiro ano consecutivo
A melhor renda em 2016
Água Santa
*terceira vez na liderança