Quem tem filhos sabe. Não raro, apagar a luz na hora de dormir torna-se uma luta demorada e inglória, porque a criança sente medo da escuridão. Ou, em situação oposta, pais já se viram correndo para alertar sobre o perigo de colocar a mão na boca de um cachorro.
Lidar com os medos infantis não é simples. Às vezes, até perdemos a paciência – esquecendo que nós mesmos já fomos crianças, né? Não há uma receita de bolo. Mas o psicólogo e psicanalista Julio Cesar Walz, 57 anos, pode iluminar alguns caminhos.
— Os adultos devem ser e agir como mediadores. Uma criança precisa de um adulto que faça a mediação quando a angústia natural surgida pelo aumento da espacialidade ou do crescimento vier à tona. Com isso, ela poderá investir na expansão e no crescimento sem sentir o risco maior do desamparo e, consequentemente, o medo da vida ou de viver — diz Walz, professor na Unilasalle, em Canoas, e autor do livro Aprendendo a Lidar com os Medos: A Arte de Cuidar das Crianças.
Na entrevista a seguir, concedida por e-mail, o psicólogo e psicanalista falou sobre os principais tipos de medo que existem, sobre equívocos que pais cometem e deu exemplos de como ajudarmos nossos filhos.
O título de sua palestra é "Aprendendo a lidar com os medos: a arte de cuidar das crianças". Você considera ser pai/mãe um "trabalho artístico", no sentido de não ser, de fato, uma ciência exata, mas uma tarefa que envolve uma combinação de técnica e subjetividade, razão e afeto?
Em um certo sentido, ser pai e mãe é como viver qualquer situação da vida: sempre há um enorme grau de imponderabilidade. Como na vida, somente no futuro saberemos se a decisão do presente foi acertada. Quem não aceita isso prefere "receitas" ou técnicas garantidas do tipo "como fazer". A maioria de nós, adultos, acredita que somos completamente decisivos em tudo na vida das crianças. Nessa posição, acabamos sendo menos, ou seja, pais com ações menores diante da grandiosidade da tarefa. Assim, acabamos menosprezando o que fazemos em detrimento de um milagre que não existe. Mas esse não me parece ser o ponto principal. A questão central, para mim, é como vamos conseguir sair do sentimento de "sem saída" para buscarmos uma forma de sempre, de novo, acharmos forças e alternativas para uma solução, seja qual problema for. Afinal, a vida tem muitos agentes e interações, além do próprio convívio humano que, geralmente, provoca mais tensões desagradáveis do que a alegria ao longo do tempo. Ou, dizendo de outra maneira, os seres humanos preferem parar de "beijar" para ter razão, invariavelmente, e com argumentos quase que o tempo todo. Mas voltando ao sentimento de "sem saída": essa questão de sempre achar forças (imaginar que é possível e procurar uma maneira de resolver as coisas que parecem impossíveis) me lembra o psicanalista D. Winnicott, que deixou uma ideia interessante: "Manter-se vivo apesar de". Quer dizer, manter-se interessado, no caso, em nossos filhos, apesar de tudo. E isso eu chamaria de arte. A arte ou a busca de sempre escapar do sentimento de "sem saída", ou de não olhar para o problema sempre da mesma forma. Quando um pai ou mãe dizem "eu não sei mais o que fazer com meu filho ou filha", ele ou ela está dizendo: não estou vivo. Ou seja, não estou interessado, apesar de estar muito preocupado. Perdeu a esperança, o que, para a criança, é dramático. Ambos ficaram sem saída.
Muitos pais acham que seus filhos são fracos. Leem esse comportamento de forma errônea e acabam exigindo que seu filho não tenha medo. Os pais precisam saber distinguir se o medo de cachorro, por exemplo, é um medo 'real' ou protetor, ou um medo anterior que apenas se projeta no cachorro que, claro, pode morder, mas não necessariamente. Quem tem medo de dentro tem certeza de que o cachorro irá morder. E se sentirá sem saída, e o pavor será maior.
Os adultos tendem a menosprezar ou não entender os medos das crianças?
O medo tem uma função protetora. Todos os seres vivos são portadores dessa função primordial que é estar atento e proteger-se diante de um eventual predador. Quando nos sentimos ameaçados, o organismo nos prepara, com aumento da pressão arterial, por exemplo, para fugirmos ou atacarmos ou mesmo nos camuflarmos. Agora, seres humanos não funcionam completamente como os outros seres biológicos. Nós temos algumas características, por exemplo, de fantasiar, imaginar ou mesmo de termos alterações da percepção. Nesse sentido, a sensação de medo pode ser ocasionada ou hiperdimensionada pelo próprio indivíduo ao invés de ser oriunda de uma situação de perigo real. Ou, por intensa e prolongada exposição à sensação de perigo, o sistema vai se fragilizando e acaba percebendo tudo maior do que realmente é. Vamos pegar aquilo que chamamos de fobias ou mesmo ataque do pânico: são sensações oriundas de dentro do próprio indivíduo. Mesmo que haja alguma situação específica na vida real (medo disso ou daquilo), como o indivíduo está com o sistema do medo em alta atividade antes, um estado de alerta permanente sem um motivo aparente, ele interpreta o fenômeno real como sendo a origem do que sente ou maior do que é. Mas o que de fato está acontecendo é que ele está "lendo" de forma aumentada e, assim, o sistema se retroalimenta, criando um circuito de muita tensão e sem saída. Então, o medo tem a função de nos colocar em alerta para podermos nos proteger. Mas os seres humanos, que também possuem um sentimento ou ilusão de poder ou uma onipotência terrível, percebem o medo como uma fragilidade que deve ser combatida. E aqui começa a confusão diante dos medos das crianças: muitos pais acham que seus filhos são fracos. Leem esse comportamento de forma errônea e acabam exigindo que seu filho ou sua filha não tenham medo. Então, os pais precisam saber distinguir se o medo de cachorro, por exemplo, é um medo "real" ou protetor, digamos assim, ou um medo anterior que apenas se projeta no cachorro que, claro, pode morder, mas não necessariamente. Quem tem medo de dentro tem certeza de que o cachorro irá morder. E aqui ele se sentirá sem saída, e o pavor será maior. O sentimento de "sem saída" é, na verdade o grande problema, o circuito se fechou e a realidade interna ou externa fica sem perspectiva de buscar solução naquele momento. Se soubermos disso, talvez a postura daqueles que menosprezam o medo possa mudar, especialmente no sentido de não sobrecarregar a criança em sua atividade mental. O medo intenso e/ou prolongado nunca é bom ou benéfico. Basta ver as consequências advindas da tortura ou dos traumas gerados em situações de catástrofe.
Uma criança que começa a ser ajudada a tirar a fralda e a fazer seu cocô no penico ou no vaso demora um tempo a aceitar essa transição, e seu pavor, ao ver seu cocô ir embora para um lugar desconhecido, a faz não querer aceitar de imediato a retirada da fralda. O que era seu se separou dela e foi para o desconhecido. Isso é ansiogênico, é uma separação.
Quais são os principais medos infantis e como eles se manifestam? Pode falar sobre o que você define como os dois tipos básicos de medo, o da separação e o da experiência do tempo ou morte ("castração")?
Vamos dizer, didaticamente, que existe o medo das coisas e os medos que vêm de dentro, digamos assim. Claro que medo sempre envolve um alto grau de interação com o ambiente, mas acho que ajuda fazermos essa distinção. Então, o medo das coisas pode ser de qualquer coisa, mesmo as que não nos ameacem em nada, pois basta acharmos que é perigoso que o temor surge. Nisso o ser humano é muito criativo. Agora, eu penso que os medos que vêm de dentro, aqueles que são organizadores, são de dois tipos, e eles é que nos fazem ler os eventos da vida. Por exemplo, o primeiro medo podemos denominar de medo da separação. Desde que o bebê nasce, na saída do útero, o sistema biológico como um todo precisa se readaptar a tudo. O bebê sente fome, frio, calor, precisa respirar. Sai de um sistema estável e entra numa instabilidade que exige dele uma adaptação rápida. Esse período de instabilidade gera uma sensação de desamparo e, nesse longo período, a criança precisa de um adulto cuidador que a proteja da intensidade do sentimento de desamparo. Assim, separação, qualquer que seja, gera instabilidade, que provoca quase um pavor em muitos casos. E se for muito intenso, paralisa a pessoa. Uma criança que começa a ser ajudada a tirar a fralda e a fazer seu cocô no penico ou no vaso demora um tempo a aceitar essa transição, e seu pavor, ao ver seu cocô ir embora para um lugar desconhecido, a faz não querer aceitar de imediato a retirada da fralda. O que era seu se separou dela e foi para o desconhecido. Isso é ansiogênico, é uma separação. O medo da morte acontece a partir do momento que a criança percebe que a vida ou as coisas têm início, meio e fim, algo ao redor dos quatro ou cinco anos. A criança pergunta, por exemplo: "Pai, eu tenho cinco anos, e você, 40. Quando eu tiver 25, você ainda vai estar vivo?". Esse tipo de indagação mostra que a criança entrou no medo da morte, descobriu o sentimento de solidão.
O que as crianças aprendem, de fato, com os medos?
Aprender é uma árdua tarefa, mesmo que não percebamos assim. Aprender envolve a necessidade de aceitarmos que não sabemos tudo e deixar que nossa curiosidade possa estar viva. Se o medo da separação ou da morte for muito intenso, a sensação de não saber e a necessidade de aprender pode vir a ser um pavor, pois significa que não temos controle da vida no pensamento e aumentamos a sensação de desamparo. A arte de aprender ou de ser curioso significa que a criança não possui um medo muito intenso que a deixe paralisada para seguir na vida. Dessa forma, acho que não é com os medos que aprendemos, e sim com a nossa curiosidade. Mas reitero: sentir medo é normal e inevitável. A questão está em sentir-se paralisado no medo ou por causa dele. E essa paralisia pode advir do sentimento de onipotência, polo oposto do medo, e que trata a fragilidade da vida com desdém.
Se você deixar uma criança pequena chorando por muito tempo, sozinha, ela até pode dormir, mas de exaustão. Muitos chamam isso de educação. Eu chamo de desamparo. Essa atitude sobrecarrega a criança, pois ela precisa dar conta sozinha das suas emoções. Ela precisa de um adulto cuidador que a proteja da intensidade do desamparo, para que seu sistema não se sobrecarregue ou que a faça se sentir sem saída, ou usar de mecanismos onipotentes para vencer seu sentimento de fragilidade e abandono.
Qual deve ser a postura dos pais diante dos medos?
Importante essa sua questão. Eu diria, de maneira genérica, que deve ser a mesma em qualquer situação. Ser pai e mãe que não deixe a criança muito tempo exposta a uma situação de terror ou de desamparo. Por exemplo, deixar uma criança pequena chorando por muito tempo, sozinha. Ela até pode dormir, mas de exaustão. Muitos chamam isso de educação. Eu chamo de desamparo. Essa atitude sobrecarrega a criança, pois ela precisa dar conta sozinha das suas emoções. Quando pequena, a criança tem poucos recursos para dar conta de muitas coisas. Ela precisa de um adulto cuidador que a proteja da intensidade do desamparo, para que seu sistema não se sobrecarregue ou que a faça se sentir sem saída, ou usar de mecanismos onipotentes para vencer seu sentimento de fragilidade e abandono. Então, a postura dos pais, antes de mais nada, é saber que medo é um sistema de proteção. Medo não é fragilidade. Mas se uma criança sente muito medo, sim, ela se sente frágil diante da imensidão da vida e do viver. Então, forçar a barra para que a criança enfrente o medo pode vir a ser uma medida perigosa e cruel. Claro que, às vezes, não sabemos antes se o que a criança sente é contornável com uma medida ativa ou não. Faça um teste sempre. Caso a angústia aumente muito, recue na obrigação de ela vencer. E aí entra o papel das pontes mentais. Por exemplo: uma criança acorda no meio da noite gritando: "Pai, o ladrão vai entrar aqui em casa. Eu tenho medo". Fala isso chorando, soluçando, apavorada, tremendo. O pai acende a luz, mostra o cão de guarda, a cerca elétrica, o vigia na rua, o alarme. Nada acalma a criança. Nessa hora sem saída, podemos ficar com raiva, afinal são três da manhã, o medo é "infundado", e a paciência vai pelo ralo. Essa é a hora do manter-se vivo. Ocorre ao pai perguntar: "Filho, do que tu tens medo que o ladrão faça?". O pai acha que virá uma resposta de alta crueldade. Mas não. "Pai, tenho medo que o ladrão roube o presente que a vovó me deu". Com a chave do enigma à mão, esconde-se o brinquedo num local que a criança considere seguro. Feito. "Pode apagar a luz, papai, vamos dormir". Parece simples, mas essa cena toda exigiu: um pai que se manteve vivo, uma capacidade de se manter pensando, o esforço para que a criança não se sentisse sem saída e, por fim, a busca de uma solução próxima à capacidade da criança.
É comum que crianças peçam para dormir com alguma luz acesa. Há alguma dica para evitar isso, que, além de ser um gasto desnecessário de energia elétrica, também não é bom para a própria qualidade do sono?
Interessante o formato da sua pergunta. A escuridão é um vazio infinito. Caso a criança sinta muito medo, a ponto de não conseguir dormir, é melhor não sobrecarregar o sistema e ter uma luz bem fraca ou deitar com ela ou achar uma solução com ela. Conversar sempre é a melhor dica, mesmo que, aparentemente, ela não entenda. Contar histórias é fundamental. Ajuda no diálogo também. O que eu quero dizer com isso: nós podemos ter um ideal, dormir de luz apagada, mas nem sempre o ideal é possível. Tem crianças que adoram o escuro; outras, se apavoram. Não há certo ou errado. Todas as situações a serem resolvidas precisam de tempo e paciência. Nenhuma criança, muito menos um adulto, muda de comportamento realmente num passe de mágica. Tudo é um processo.
E o medo que as crianças têm de coisas da natureza, como bichos e o mar?
Ter medo das coisas da natureza é normal e necessário, afinal, somos frágeis e menores diante da vida. Sem esse medo protetor, vamos achar que podemos tudo, que podemos colocar a mão na boca de qualquer cachorro, entrar no mar sem o risco de afogamento etc. Na maioria das vezes, as crianças não sentem medo das coisas naturais, e cabe aos adultos ensinarem o perigo, mas não o medo. Ensinar o medo, ver uma criança assustada ou provocar nela o pavor pode até ser um sadismo do adulto, achando-se superior à criança. A questão, então, como pais, é sabermos se esse medo é paralisante. Se for uma sensação de "sem saída", nunca entraremos no mar para aprendermos a nadar, nem com colete ou de mãos dadas. Ao não estarmos livres do excesso de medo, a vida fica projetada como sendo "sem saída". Aqui entra a função maior dos pais, serem construtores de pontes para que a travessia entre o "sem saída" para a perspectiva da saída seja feita de forma gradual e mesmo lúdica. Vejamos um outro caso: um adulto pensa que seu filho não irá gostar dele, como pai, porque esse adulto não luta judô, por exemplo. Esse tipo de medo é uma antecipação de algo que não existe mas está registrado na cabeça dele, pai, como uma certeza. E a única pessoa que pensa isso é o adulto. E ele irá agir, às vezes sem perceber, de tal maneira que seu filho não goste dele para confirmar sua teoria, da qual tem certeza. Este é o ser humano: acredita que seus pensamentos são reais, suas teorias são perfeitas.
Minha filha caçula, de seis anos, adora filmes e histórias de terror (já a mais velha, de nove, tem medo). Estou fazendo mal em permitir e até incentivar esse hábito?
Os vários tipos de gêneros literários existem porque existem pessoas literariamente diferentes. Assim, faz parte do humano a diversidade de relações estéticas com a vida e o viver. Nesse sentido, não me preocupa em nada o gosto de uma ou de outra.
Para saber se é hora de procurar ajuda externa, os pais devem observar três aspectos: a intensidade, ou seja, se o medo aparecer de forma desproporcional em relação à realidade e estiver restringindo a liberdade de viver e crescer; a duração, ou seja, ao cessar a fonte do medo, a pessoa ainda sentir medo; e os efeitos orgânicos, o quanto o medo afeta o humor, o corpo, a cognição ou a atividade motora. Sempre que a ideia ficar parada ou apenas um assunto estiver na cabeça por um tempo longo (mais de três meses), talvez seja melhor uma avaliação profissional.
Quando os medos passam a ser um problema que requer ajuda externa?
No meu livro Aprendendo a Lidar com os Medos (a versão e-book pode ser adquirida neste site), sugiro que os pais devem observar três aspectos. O primeiro eu chamo de intensidade, ou seja, se o medo aparecer de forma desproporcional em relação à realidade e estiver restringindo a liberdade de viver e crescer. O segundo seria quanto à duração: se o medo/pavor tiver uma duração desproporcional, ou seja, ao cessar a fonte do medo, a pessoa ainda sentir medo apesar da fonte haver desaparecido. O terceiro seria quanto aos efeitos orgânicos: são aqueles sintomas que afetam o humor, o corpo, a cognição ou a atividade motora. Ou seja, sempre que a ideia ficar parada ou apenas um assunto estiver na cabeça por um tempo longo (mais de três meses), talvez seja melhor uma avaliação profissional.
Recentemente, você ministrou um curso sobre sentimento de culpa. As três aulas tinham os seguintes títulos: Sentimento de culpa é causa e não consequência; Sentimento de culpa é antagônico ao sentimento de responsabilidade; Quem sente culpa não ama. Como isso se relaciona com a criação dos filhos?
No direito, culpa quer dizer que você fez algo contra a lei, algo que não pode. Nesse formato, corre um processo, levantam-se as provas e, caso se confirme sua ação delituosa, você é culpado e responsabilizado pelos seus atos pelo juiz ou tribunal. No livro O Sentimento de Culpa, escrito pelo Paulo Sérgio Rosa Guedes e por mim, mostramos que o sentimento de culpa é uma emoção onipotente, anterior aos fatos. Nessa emoção, sentimo-nos “tudo”, o centro de tudo. No sentimento de culpa, nós somos os agentes causadores, somos os policiais, as provas, o advogado de defesa, o promotor, o juiz, e nos damos a própria sentença. Caso alguém diga que não, eu não sou culpado, não foi por sua causa, jamais acreditarei, justamente por antes ser uma pessoa muito importante e decisiva em tudo. Ao cuidarmos de uma criança nessa perspectiva, que é corriqueira e quase que constante, tudo o que pensamos é superior à criança. Não existe interação real ou verdadeira. Por exemplo, se meu filho está triste e eu estiver acometido do sentimento de culpa, terei certeza de que ele está assim porque eu disse isso ou deixei de fazer aquilo. Jamais ele estará triste por outra razão, e eu tenho certeza do que estou pensando. Nem pergunto. Não interajo. Não investigo. Sei tudo antes. Ou seja, não amo. Amar é não saber antes, é investigar. É, em essência, dialogar e aceitar a diferença entre o que eu penso e como as coisas são. Nesse formato, é fundamental nos livrarmos do sentimento de culpa para sermos realmente bons cuidadores e responsáveis.