Formando uma meia-lua em torno de um único ponto do gramado, o grupo de 10 alunos e um professor observa atentamente os movimentos de quem é convidado a se aproximar da área indicada. O silêncio provocado pela concentração só é quebrado quando chega a vez de Pitoco. Aos oito anos, Alessandro Martins ganhou o apelido por ser o mais jovem de sua turma de pequenos golfistas da Escola de Golfe Boa Bola, em Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai. Depois de alguns “vai, Pitoco!”, respondidos com um sorriso rápido, o menino volta a focar na ação. Ajeita a bola sobre o pino, afasta as pernas ligeiramente, curva os joelhos de leve, olha com atenção para o taco antes de quase encostá-lo na bolinha, gira o quadril para trás e, enfim, dá a tacada. A bola voa. Não entra, mas fica ao lado do buraco que, naquele instante, constitui o seu objetivo. Ouvem-se aplausos e elogios entre os colegas mais experientes e admiradores. Apesar da idade e da pouca altura, menos de 1m50cm, o guri já lança bolas com precisão e velocidade admiradas pelos treinadores. Há quase dois anos no projeto, ele deu as primeiras tacadas ainda nas ruas que circundam o Clube Campestre, no bairro Armour — ele e boa parte das crianças atendidas na escola.
RS que Inspira
Conheça o projeto social que há 20 anos ensina golfe para crianças e adolescentes em Livramento
O esporte geralmente associado à elite virou instrumento de inclusão para os que vivem no entorno do clube do município da fronteira com o Uruguai
Lauro Alves (Fotos)
IMAGENS