A Vai-Vai, maior campeã do Carnaval de São Paulo, com 15 títulos, foi rebaixada pela primeira vez em sua longa história, iniciada em 1930, como bloco de cordão. A escola amarga o primeiro rebaixamento com "O Quilombo do Futuro", enredo em que dizia que o futuro pertence aos povos filhos de África. A outra rebaixada foi a Acadêmicos do Tucuruvi. A campeã deste ano é a Mancha Verde, escola de samba do Palmeiras.
O baixo desempenho no último ano, com uma homenagem a Gilberto Gil, foi especialmente decepcionante para a escola, que terminou na décima colocação. A escola teve dificuldades com alguns carros alegóricos e chegou a parar em alguns momentos. Mas o ótimo samba, o ritmo intenso da bateria e o enredo garantiram um dos melhores retornos do público neste ano, com muita cantoria e agitação de bandeirinhas.
A herança dos povos africanos foi exaltada em todo o primeiro setor da escola. Um segundo setor aberto por um carro alegórico lembrava a diáspora negra e a travessia do Atlântico. No fundo desse carro, uma escultura de Iemanjá acalentava uma criança negra.
Nessa fase do desfile, foi lembrada a luta negra por direitos civis. Uma ala formou um mosaico com uma foto da vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio de Janeiro em 2018.
Um terceiro setor indicava que o futuro do mundo e da humanidade depende da sabedoria negra: o futuro é negro.
A última ala da escola tinha uma das fantasias mais simples e emblemáticas do desfile e representava universitários negros, de beca e diploma na mão.