Ao abrir a conferência sobre abuso sexual de menores no Vaticano nesta quinta-feira (21), o papa Francisco prometeu "medidas concretas e eficientes" para combater o problema na Igreja. O encontro deve durar quatro dias e conta com a participação de líderes católicos de todo o mundo. Francisco afirmou ainda que procurou reunir as autoridade para "ouvir o brado dos pequeninos que estão pedindo justiça".
O papa apresentou uma lista com 21 diretrizes, incluindo sugestões como a elaboração de um código compulsório para padres e o treinamento de pessoas para detectar abusos. Charles Scicluna, arcebispo de Malta e um dos organizadores do evento, descreveu as propostas como "um roteiro para o desenvolvimento futuro de políticas para combater abusos". Francisco ainda disse que a conferência possibilita tornar "esse mal uma oportunidade para conscientização e purificação" e "curar as graves feridas criadas pelos escândalos de pedofilia, tanto nos 'pequenos' como nos crentes".
A Igreja Católica norte-americana está passando por uma das piores crises de sua história. Na semana passada, o ex-cardeal Theodore McCarrick foi excomungado por abusar sexualmente de um adolescente há 50 anos.
Segundo alguns grupos de vítimas, o encontro tem o objetivo de limpar a imagem da Igreja, arranhada por casos de estupro e abuso sexual de menores cometidos por padres e acobertados pelas autoridades do Vaticano. Mas Anne Barrett-Doyle, da bishopaccountablity.org (ONG que monitora abusos de representantes da igreja em todo o mundo), mostrou-se positivamente surpresa com a fala da Francisco: "Eles disseram que isto seria só uma sessão educativa, mas agora ele está falando de medidas concretas. Isso é bom, mas vamos ver como termina", disse à agência Reuters.