Quando era criança, a estudante Liliane Regini Lemos de Oliveira Moraes, 38 anos, tinha um sonho: ser Paquita. Mas, segundo ela, sua mãe tratava sempre de "chamá-la" para a realidade, lembrando que todas as assistentes de palco da apresentadora Xuxa na televisão eram loiras e brancas, o que era um balde de água fria no sonho de uma criança negra como Liliane. Os anos se passaram e, com maior entendimento sobre representatividade negra, Liliane decidiu dar vazão não só àquele desejo de infância mas ao de tantas outras meninas e meninos que, como ela, gostariam de se ver representados em personagens que povoam a imaginação infantil. E, assim, passou a confeccionar bonecas de pano negras das principais histórias dos quadrinhos, do cinema e da televisão. Da adorada Paquita a super-heróis, como Batman, ou toda a turma do Chaves.
Contra o preconceito
Estudante faz bonecos de pano negros e reinventa personagens clássicos como Chapolin e A Pequena Sereia
Moradora do bairro Jardim Itu, na zona norte de Porto Alegre, produz brinquedos para elevar a autoestima de crianças negras e aumentar a representatividade delas no universo infantil
Cristiane Bazilio
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