O filósofo sul-coreano Byung-Chul Han (1959), que ensina na Universidade de Berlim, é autor de um ensaio intitulado Sociedade do Cansaço (editora Vozes) em que configura a sociedade do século 21 como a do desempenho, na qual os indivíduos têm como desígnio a execução, a produção, a fazedura, o processo. É uma injunção que permeia o inconsciente social de tal maneira, que a ideia de dever é trocada pela de poder, embora este não proscreva aquele. O indivíduo do desempenho tem de ser ligeiro e produtivo, como já disse alguém, tem de "produzir a produtividade". Radica aí o cansaço do fazer e do poder, numa sociedade em que se acredita que nada é impossível, segundo Han.
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Carlos Alberto Gianotti: "Estamos sofrendo o cansaço das demandas"
A sociedade do desempenho cobra que o indivíduo tem de ser ligeiro e produtivo. Sem o sossego espiritual, não produzimos algo original como é demandado
Carlos Alberto Gianotti